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Acordo do governo Lula com Centrão forma coalizão de 374 parlamentares na Câmara, mas enfrenta possíveis dissidências

Acordo do governo Lula com Centrão forma coalizão de 374 parlamentares na Câmara, mas enfrenta possíveis dissidências

Conversas buscam estabelecer base sólida para o governo com a participação do PP e Republicanos no primeiro escalão.

O reinício das atividades do Congresso Nacional após o fim do recesso parlamentar será marcado no Congresso Nacional pelas negociações do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em busca de um acordo com partidos do Centrão, a fim de consolidar uma base sólida na Câmara dos Deputados. Nesta linha, as tratativas já levaram o deputado Celso Sabino (União-PA) ao Ministério do Turismo e, em breve, devem conduzir também os deputados André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) a altos escalões do governo de Lula.

Segundo a Folha de São Paulo, a adesão potencial dos partidos PP e Republicanos, juntamente com o apoio já consolidado da União Brasil, resultaria em 374 votos dos 513 deputados, número mais do que suficiente para aprovar emendas à Constituição (308) — no entanto, esse cenário ainda é incerto, por duas razões. A primeira é que o centrão ainda não chegou a um acordo definitivo com Lula, que além do controle de ministérios, envolve também a distribuição de cargos de segundo e terceiro escalões, além de melhorias na gestão das bilionárias emendas parlamentares.

A segunda razão é que mesmo que Lula faça uma reforma ministerial satisfatória para PP, Republicanos e União Brasil, certamente haverá dissidências nessas legendas, bem como nos dois outros partidos de centro e direita considerados mais alinhados: o MDB e o PSD.

Membros do centrão ouvidos pela reportagem demonstraram otimismo em relação ao acordo e acreditam que, mesmo com possíveis dissidentes, o governo caminha para estreitar os laços com a Câmara e construir uma base sólida com alguma margem de manobra. Eles mencionaram que o governo recentemente atendeu às demandas do setor agrícola, como o novo Plano Safra, o que pode ajudar a diminuir a resistência na principal bancada do Congresso, os ruralistas, e também entre os evangélicos.

Entretanto, reconhecem que as pautas relacionadas aos costumes e segurança pública são consideradas as mais sensíveis para essa possível nova base, podendo enfrentar uma grande quantidade de dissidentes.

“No Senado, a situação é mais confortável tendo em vista o maior alinhamento do petista ao presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o apoio de parlamentares influentes, como Renan Calheiros (MDB-AL), Jader Barbalho (MDB-PA) e Davi Alcolumbre (União-AP). Tanto é assim que um possível acordo com PP e Republicanos visa a Câmara, e não o Senado, já que por lá a maior parte das dez vagas dos dois partidos são de bolsonaristas que dificilmente vão aderir, como Ciro Nogueira (PP-PI), Luiz Carlos Heinze (PP-RS), Damares Alves (Republicanos-DF) e Cleitinho (Republicanos-MG)” destaca a reportagem.

FONTE:

https://www.brasil247.com/poder/acordo-do-governo-lula-com-centrao-forma-coalizao-de-374-parlamentares-na-camara-mas-enfrenta-possiveis-dissidencias