“Essa produção de biocombustíveis, essa transição energética que o mundo tanto clama, é uma oportunidade sui generis para esse país”, afirmou o presidente.
Em evento de anúncio do programa Combustível do Futuro nesta quinta-feira (14), o presidente Lula (PT) afirmou que a produção de biocombustíveis e a transição energética caracterizam “uma oportunidade sui generis” para o Brasil se tornar uma “nação grande, rica e soberana”. “O mundo não tem outra saída a não ser enveredar por esse caminho da produção de combustível limpo. E nesse aspecto é que o Brasil tem que, não apenas em uma lei, decidir no nosso comportamento e na nossa vontade se a gente quer realmente se transformar em uma nação grande, rica, soberana. Essa produção de biocombustíveis, essa transição energética que o mundo tanto clama, é uma oportunidade sui generis para esse país. Esse país é grande, mas durante muitas décadas ele teve vocação para ser pequeno, teve medo de crescer, medo de ousar, medo de acreditar na sua própria força. A natureza de um lado e a irresponsabilidade do ser humano do outro, de tanto desmatar o planeta e de tanto destruir o planeta, está dando uma nova chance ao Brasil, a chance de que a gente pode se transformar em uma coisa tão ou mais importante do que o Oriente Médio é para o petróleo, a gente pode ser para os combustíveis renováveis”.
Mais à frente, o presidente ainda falou em recuperar “todas” as usinas de biodiesel que fecharam nos últimos anos.
Sobre o programa – O programa apresentado pelo governo federal propõe uma série de medidas para promover o uso de combustíveis renováveis. Para que essas propostas se tornem efetivas, é necessário que o Congresso Nacional as aprove, informa o g1. O texto da proposta, que começará a ser debatido na Câmara dos Deputados, não foi divulgado durante o evento.
O governo está buscando criar esse programa como parte de seus esforços para incentivar a transição energética no setor de transportes. O texto será integrado à Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), ao Programa Rota 2030, que visa modernizar o setor automotivo, e ao Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE Veicular).
Além da integração dessas políticas de eficiência energética para veículos, a proposta foi dividida em cinco eixos: o Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação, o Programa Nacional do Diesel Verde, a regulamentação de combustíveis sintéticos, a captura e o armazenamento geológico de dióxido de carbono (CO2) e novos limites para a mistura de etanol anidro na gasolina.
De acordo com o governo, o eixo relacionado à aviação civil do programa incentiva a mistura de biocombustíveis ao querosene de aviação, com o objetivo de que as companhias aéreas reduzam as emissões de dióxido de carbono em 1% a 10% entre 2027 e 2037.
O programa também planeja incluir um biocombustível de origem vegetal (como cana-de-açúcar, óleo de soja, óleo de macaúba, etc.) na mistura do diesel tradicional, conhecido como diesel verde. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) será responsável por determinar a porcentagem obrigatória de adição desse diesel verde ao diesel tradicional.
Além disso, o projeto visa aumentar a quantidade de etanol anidro misturado à gasolina, com um mínimo de 22% e um máximo de 30%. Atualmente, essa proporção varia de 18% a 27,5%.
O governo também tem a intenção de estabelecer dois marcos regulatórios: um para os combustíveis sintéticos no Brasil, conhecidos como e-Fuel e usados em motores a combustão, que será supervisionado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP); e outro para a captura e armazenamento geológico de dióxido de carbono (CO2), com o objetivo de retirar gases de efeito estufa da atmosfera e armazená-los em reservatórios subterrâneos.
FONTE:
https://www.brasil247.com/economia/com-biocombustiveis-brasil-pode-ser-tao-importante-quanto-o-oriente-medio-para-o-petroleo-diz-lula