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Eleições na Argentina: Última pesquisa aponta leve vantagem de Milei sobre Massa

Eleições na Argentina: Última pesquisa aponta leve vantagem de Milei sobre Massa

No primeiro turno, Massa conseguiu amealhar mais votos, no entanto, Milei, que ficou em segundo, pode estar se beneficiando, agora, do apoio público dado a ele por Patricia Bullrich.

A menos de dez dias do segundo turno das eleições presidenciais na Argentina, o candidato de oposição Javier Milei aparece com ligeira vantagem na preferência dos eleitores em relação ao candidato do governo, o ministro da Economia, Sergio Massa.

Pesquisa feita pela Atlas-Intel mostra Milei com 48,6% das intenções de voto e Massa com 44,6%.

No primeiro turno, o candidato do governo conseguiu amealhar mais votos. Milei ficou em segundo, mas pode estar se beneficiando, entre outros fatores, do apoio público dado a ele por Patricia Bullrich, candidata que ficou em terceiro lugar na primeira rodada.

Considerando apenas os votos válidos, Milei aparece com 52,1% das intenções e Massa, com 47,9%. Praticamente o mesmo resultado da sondagem realizada no dia 3 de novembro: 52% a 48%.

A Atlas ouviu 8.971 eleitores entre os dias e 5 e 9 de novembro e diz que a pesquisa tem margem de erro de 1 ponto percentual para cima ou para baixo.

Pesquisas eleitorais na Argentina têm um histórico de não conseguirem captar com muita fidelidade o que vai na cabeça dos eleitores, mesmo momentos antes das eleições. Estudo anterior da Atlas, porém, foi o único a captar a tendência de liderança de Massa no primeiro turno.

Esta é a última rodada de pesquisa eleitoral argentina antes do período de proibição dos institutos de divulgarem resultados. O segundo turno ocorre no próximo dia 19.

Promessas de campanha

A pesquisa da Atlas mostra que apesar dos eleitores preferirem o candidato de oposição, muitas das pautas defendidas por ele são rejeitadas pela maioria da população.

Uma delas é a promessa de que, se for eleito, vai fechar o Banco Central da Argentina e substituir o peso argentino pelo dólar americano. De acordo com o levantamento feito pela Atlas, 51% dos entrevistados disseram que são contrários a essa ideia; 35% disseram-se a favor; e 15% não souberam opinar.

Outro tema que entra no discurso de campanha de Milei, a flexibilização de compra de armas por civis enfrenta uma oposição ainda maior dos argentinos: 68%, segundo pesquisa, disseram-se contrários à ideia e apenas 20% a favor.

Milei, que se apresenta como candidato ultraliberal, inseriu no debate político em torno de sua campanha uma bandeira extravagante, de que as pessoas deveriam ter liberdade para vender seus órgãos. Os argentinos nem de longe se sentiram atraídos por essa tese e, de acordo com a pesquisa, 78% disseram-se contrários a ela; 9% disseram-se a favor; e 13% não souberam responder.

Perfil dos eleitores

A pesquisa detalha o perfil dos eleitores que estão mais inclinados a votar em Milei e em Massa.

O oposicionista atrai mais o voto masculino (51,4% a 43,9% do candidato governista). E atrai também os mais jovens, entre 16 e 24 anos (68,9% contra 20,3%).

Massa é o candidato preferido entre os eleitores mais velhos, de 45 a 59 anos: nessa faixa do eleitorado, 54,1% dizem que vão votar nele, enquanto 39,6% dizem que vão votar em Milei.

Massa também se destaca quando levado em conta os anos de estudo dos eleitores. Entre aqueles que têm apenas educação primária, o candidato do governo é o franco favorito, com 57,9% das intenções de voto, enquanto Milei tem 39,7%.

Quando perguntados sobre quais são os principais problemas enfrentados pela Argentina atualmente, os eleitores ouvidos pela Atlas apontaram maciçamente para a alta dos preços e a inflação: 78,3% elegeram esse como o problema número um do país. Corrupção apareceu em segundo (45,7%) e insegurança em terceiro (36,2%).

E quando questionados sobre qual dos dois candidatos parece mais apto a resolver os problemas do país, Milei aparece como preferido para lidar com sete de nove temas selecionados na pesquisa.

Massa — que dirige uma economia que registrou uma inflação anual de quase 140% em agosto — apareceu como o mais apto apenas para lidar com dois dos nove temas: defender instituições democráticas e defender os direitos humanos.

FONTE:

https://valor.globo.com/mundo/noticia/2023/11/10/eleicoes-na-argentina-ultima-pesquisa-aponta-leve-vantagem-de-milei-sobre-massa.ghtml