“A justificativa das empresas em dizer que nunca viram fatos como este não serve mais, pois a questão climática prevê eventos cada vez mais intensos e com maior frequência”, afirma Carlos Bocuhy.
O forte vendaval que deixou sem energia mais de 2,1 milhões de consumidores da Região Metropolitana de São Paulo precisa entrar no radar das empresas que atuam em segmentos de infraestrutura de distribuição energética, segundo avaliação do presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam), Carlos Bocuhy.
De acordo com o especialista, as empresas se baseiam em séries históricas para definirem suas equipes em momentos de contingência. Entretanto, na nova realidade climática, isso não representa mais uma referência para a construção e manutenção de infraestruturas críticas.
“A justificativa das empresas em dizer que nunca viram fatos como este não serve mais, pois a questão climática prevê eventos cada vez mais intensos e com maior frequência. Não dá mais para pensar que a série histórica é uma garantia. É preciso que se faça uma reavaliação de todo aparato de infraestrutura que já foi construído pela sociedade, já que isso foi construído com base na série histórica, ou seja, é preciso refazer o limite do risco”, diz o especialista.
A maior parte das residências sem luz está na área de concessão da empresa Enel Distribuição São Paulo, responsável pelo fornecimento de eletricidade na cidade e em outros 23 municípios paulistas. De acordo com a companhia, a estimativa é que o restabelecimento completo do serviço só acontecerá na terça-feira (7).
Em nota, a Enel disse que restabeleceu a energia para mais de 66% dos clientes que tiveram o fornecimento impactado após a tempestade da última sexta-feira (3). “Até o momento, cerca de 1,4 milhão de clientes tiveram o serviço normalizado, de um total de cerca 2,1 milhões afetados na última sexta-feira”.
FONTE:
https://valor.globo.com/empresas/noticia/2023/11/05/empresas-de-energia-precisam-se-preparar-para-eventos-climaticos-extremos-diz-especialista.ghtml