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Estados Unidos dobram aposta no governo Lula frente aos ataques de Israel ao Brasil

Blinken foi explícito: quer o apoio do Brasil para acabar com a agressão sionista contra os palestinos, que passou a ser negativa para os interesses do Tio Sam.

Os diagnósticos e prognósticos dos três representantes do poder econômico-financeiro dos Estados Unidos – Tesouro, FMI e BID – apontam a economia brasileira como sucesso no cenário global, sem dar atenção – nem fazer nenhuma apreciação – sobre a ação das forças oposicionistas internas, comandadas pelo bolsonarismo, apoiado pelo sionismo, na tentativa de reverter vantajosa posição lulista, que, segundo eles, deverá render bons frutos eleitorais em 2024, nos 5,5 mil municípios, dos quais 45 têm mais de 500 mil habitantes, conforme o IBGE.

A unanimidade americana, reunida em São Paulo, surpreendeu a cena econômica internacional, durante reunião dos diretores de finanças dos países do G-20, presidido, neste ano, pelo presidente Lula.

A secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, destacou que o Brasil pode dar salto qualitativo a partir de reforma tributária aprovada no Congresso no ano passado; para ela, os investidores americanos, diante desse fato novo, veem o Brasil como atrativo para integrar as cadeias produtivas de suprimentos globais, capazes de torná-los mais competitivos; ela prevê migração nesse sentido, quando crescem as disputas pelo mercado global entre China e Estados Unidos.

Aliado preferencial – Toda a atenção do mundo econômico e financeiro americano, portanto, é para contar com o Brasil como aliado preferencial dos Estados Unidos a fim de revigorar a economia, quando se espera que seja quem for o vitorioso nas eleições, democratas ou republicanos, o fato é que Washington tende ir para um protecionismo mais intensificado, como destacam os economistas americanos, como Jeffrey Sachs.

Trump alertou que, se eleito presidente, aumentará as tarifas internas para além de 60%, a fim de barrar a China; Biden idem, levando em consideração que manteve tarifas elevadas adotadas por Trump, quando o substituiu na Casa Branca, no atual mandato.

Como Janet Yellen, otimista com o governo Lula, também, a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, disse o mesmo, que o Brasil vai surpreender em 2024, podendo crescer 3% do PIB; repetiu previsão do presidente brasileiro, na 46ª Cúpula de Chefes de Governo da Comunidade do Caribe (Caricon), em Georgetown, na Guiana.

Na mesma linha de Yellen e Georgieva, o presidente do BID, Ilan Goldfajn, ressaltou que as políticas sociais do governo, sintonizadas tanto com o BID como com o FMI, elevam a renda interna para o consumo, contribuindo para aquecer as atividades produtivas em escala mais acentuada do que no ano passado.

Tanto BID quanto FMI atribuem para si políticas sociais compensatórias, como as do Programa Bolsa Família, voltadas para população mais pobre, socialmente, excluídas pelo modelo de desenvolvimento concentrador de renda de viés neoliberal que eles – BID e FMI – recomendam para as periferias capitalistas, diante de ajustes fiscais impostos pelos credores internacionais das dívidas públicas.

Geopolítica comercial e militar em ascensão – As declarações das autoridades econômicas e financeiras americanas indicam, portanto, que Washington, depois da eleição presidencial, deverá ampliar relações com Brasil e América do Sul e Caribe, como fator estratégico para evitar que haja esvaziamento do poder americano, no Sul Global, onde os BRICS avançam, já representando 40% do total do PIB global, superando a União Europeia.

Janet Yellen deixou claro que os empresários americanos só esperam que a reforma tributária brasileira seja proativa em sua regulamentação, isto é, favorável aos investidores externos, reduzindo cobrança de impostos, para eles migrarem para cá, como fizeram quando optaram pela China nos anos 1980, diante da estratégia de Deng Siao Ping.

Fortalecer geopoliticamente a América do Sul, ao lado de Washington, portanto, é antídoto americano contra avanço dos BRICS, presidido, neste ano, pela Rússia, propensa a ser a mais proativa possível – ela e a China – nas suas relações com o continente sul-americano; aqui, prometem estimular trocas comerciais em moedas locais, para esvaziar o dólar; nesse contexto, Lula está, como presidente do G20, jogando nas duas pontas, pois se prepara para ir a Moscou na primeira reunião do BRICS, presidida por Putin.

Sobretudo, a nova posição americana, revelada por Yellen, Georgieva e Goldfajn, sintoniza-se com declarações recentes da general Laura J. Richardson, comandante do Comando do Sul dos Estados Unidos, defensora de maior vigilância militar dos Estados Unidos, na América do Sul, no contexto da Doutrina Monroe, de 1823, cujo lema é “América para os americanos”; ela prega maior endurecimento americano contra os BRICS, cuja versão, na área econômica, é mais dinheiro do capitalismo de Tio Sam, no Sul Global.

Diante de tal investida, que revela força do governo Lula, aos olhos de Washington, a aliança fascista bolsonarista-sionista deverá ser minimizada, já que o secretário de Estado americano, Antony Blinken, foi explícito: quer o apoio do Brasil para acabar com a agressão sionista de Benjamim Netanyahu contra os palestinos, que passou a ser negativa para os interesses do império de Tio Sam.

Lula não tem feito outra coisa que criticar radicalmente o genocídio na Palestina, para a ira do sionismo fascista israelense, apoiado pelo bolsonarismo, como se verificou na passeata político-religiosa, na Av. Paulista.

FONTE:

https://www.brasil247.com/blog/estados-unidos-dobram-aposta-no-governo-lula-frente-aos-ataques-de-israel-ao-brasil