Declaração foi dada um dia depois de o grupo terrorista ter ameaçado matar um refém israelense para cada bombardeio realizado por Israel contra a Faixa de Gaza.
O Hamas, grupo extremista armado que controla a Faixa de Gaza, realizou ataques contra a cidade israelense de Ashkelon, ao norte de Gaza, nesta terça-feira. Em sua conta no Telegram, disse ainda que disparou foguetes contra Tel-Aviv e contra o aeroporto de Ben Gurion em reação aos novos bombardeios israelenses na região.
Com a intensificação do conflito, o número de mortos ultrapassou 1,8 mil, sendo 1.000 em Israel e 830 entre os palestinos, segundo a Força de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) e o Ministério da Saúde de Gaza. A expectativa é que o total de vítimas cresça nos próximos dias com a continuidade da guerra, a pior em décadas na região.
Mais cedo, o chefe do gabinete político do Hamas, Ismail Haniyeh, afirmou que o grupo terrorista palestino não negociará com Israel os reféns capturados até que o conflito iniciado no último sábado seja finalizado.
“Informamos a todas as partes que entraram em contato conosco sobre os prisioneiros do inimigo mantidos pela resistência que esse arquivo não será aberto antes do fim da batalha”, disse ele em um comunicado.
Autoridades de Israel estimam que entre 100 e 150 pessoas foram sequestradas por militantes do Hamas que conseguiram invadir o território do país no último sábado, desencadeando o maior conflito em décadas na região. Ontem, o Hamas ameaçou matar um refém israelense para cada bombardeio realizado pelo país contra a Faixa de Gaza, controlada pelo grupo extremista palestino.
Para responder aos ataques do Hamas, o Likud, partido do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, informou que os partidos da coalizão que integram o país concordaram em propor à oposição a formação de um governo de emergência.
Líderes opositores, como o ex-premiê Yair Lapid, disseram no sábado serem favoráveis à medida, que pode diminuir a influência de membros da extrema direita no governo de Netanyahu na retaliação ao grupo terrorista palestino.
Nesta terça-feira, Israel intensificou os bombardeios e retomou controle de fronteira com Gaza após ataques do Hamas, enquanto se prepara para uma possível invasão terrestre da região, com a mobilização de militares nos arredores da cerca que separa os dois territórios.
Em comunicado, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou a violência promovida pelo Hamas, dizendo estar “profundamente chocado” com os relatos de execuções sumárias de civis e assassinatos em massa que teriam ocorrido no ataque a Israel.
“Civis nunca devem ser usados como moeda de troca”, disse Türk. Peço aos grupos armados palestinos que libertem imediatamente e incondicionalmente todos os civis que foram capturadas e que ainda estão presos. A tomada de reféns é proibida pelo direito internacional.”
Türk também criticou o “cerco total” à Gaza anunciado por Israel, argumentando que a medida poderá agravar seriamente a situação humanitária no território palestino. Um dos temores é que a capacidade de funcionamento de instalações médicas, sobrecarregadas com o crescente número de feridos, seja prejudicada.
Segundo a imprensa israelense, o governo de Benjamin Netanyahu alertou o Egito sobre possíveis ataques na passagem de Rafah, que liga o país à Gaza. A travessia foi fechada, conforme o “Canal 12”, de Israel, e comboios de caminhões egípcios que levariam ajuda ao território palestino deixaram a área.
FONTE: https://valor.globo.com/mundo/noticia/2023/10/10/hamas-diz-que-no-negociar-refns-at-o-fim-do-conflito-com-israel.ghtml