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Jornalistas contam como fazem jornalismo, por Juliano Nóbrega

Jornalistas contam como fazem jornalismo, por Juliano Nóbrega

Em podcast, repórteres contam bastidores

Numa entrevista de 2018, o diretor de redação do Washington Post, Martin Baron, deu algumas ideias sobre como reconstruir a confiança na imprensa: “Eu acho que precisamos ser mais transparentes. Precisamos falar mais sobre como fazemos nosso trabalho. Precisamos fornecer mais documentos originais, mais vídeo, mais áudio…”. Pois é.

Há dois anos, a jornalista Maeve McClenaghan conta as histórias por trás de matérias investigativas na imprensa britânica. No fascinante podcast The Tip Off (dica de leitora 😉), repórteres contam bastidores de grandes reportagens investigativas. “Mais e mais pessoas procuram nosso podcast porque querem entender como as notícias são feitas, em quem confiar e por quê”diz ela“Há um elemento de alfabetização em jornalismo, em que quando você entende as técnicas utilizadas você pode ler ou assistir as notícias e entender um pouco melhor no que confiar e que tipo de evidência você pode checar sozinho.”Exatamente!

 NO PODER 360

Num dos episódios, Maeve entrevista Madison Marriage, do Financial Times, e seu editor, sobre a matéria que expôs o comportamento abominável dos homens no “President’s Club”, uma festa exclusiva na “City” londrina. Madison usou um nome falso para ser contratada como hostess no evento, e assim revelou os detalhes do assédio que ocorria todos os anos. O podcast detalha o trabalho em torno do disfarce, envolvendo inclusive o jurídico do jornal. Vale muito a pena.

Para pensar: quando será que teremos um podcast brasileiro independente dedicado a contar os bastidores do jornalismo?

2. LAURENTINO E A ESCRAVIDÃO

Por aqui, me chamou a atenção o esforço do jornalista Laurentino Gomes de mostrar os bastidores de sua pesquisa para a trilogia Escravidão, cujo primeiro volume acaba de chegar às livrarias. Vale conferir seu feed no Instagram com curtos vídeos gravados em suas incursões ao redor do mundo para rechear a narrativa.

Aliás, como parte do lançamento, Laurentino deu inúmeras entrevistas que me deixaram muito animado com o conteúdo dos livros. Gostei particularmente desta para a Leda Nagle:

“Eu sou a favor (de cotas), mas não como pagamento de uma dívida eu acho que a história, por natureza, é injusta e violenta; é uma soma inacreditável de injustiças que eu considero impagáveis mas como investimento no Brasil do futuro. Se nós não corrigirmos essas distorções nós nunca vamos ter o país dos nossos sonhos.”

3. OS ROBÔS CHEGAM AO VAR 

A Federação Internacional de Ginástica vai começar a adotar em campeonatos internacionais uma nova tecnologia que aplica inteligência artificial para ajudar árbitros a avaliar os movimentos dos atletas. A medida pode ser o primeiro passo para uso dos robôs nos Jogos Olímpicos de 2020.

“Às vezes, os juízes humanos sofrem para julgar movimentos rápidos e complicados a olho nu, e espera-se que o sistema possa superar essas e outras limitações humanas, para que a avaliação se torne mais justa e precisa para todos os atletas”diz uma descrição do sistema.

“Por enquanto, está sendo apontado como um sistema de suporte a julgadores. Levado a sua conclusão lógica, ele poderia permitir que os robôs assumissem o controle por completo —e mudassem a natureza dos esportes com juízes como salto ornamental, nado sincronizado, patinação artística, snowboard, salto de esqui e esqui freestyle”comenta o Wall Street Journal.

  • Lembrete: os Jogos Olímpicos de Tóquio, começam em 24 de julho de 2020. São 12 horas de fuso em relação ao horário de Brasília.

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https://www.poder360.com.br/opiniao/midia/jornalistas-contam-como-fazem-jornalismo-por-juliano-nobrega/