O levantamento mostra que a zona oeste da capital e a Baixada Fluminense são os locais de maior concentração dos grupos criminosos
As milícias cresceram 397% nos últimos 16 anos, saindo de 52,6 km² para 256,3 km² a área sob domínio desses grupos na região metropolitana do Rio de Janeiro. É o que mostram dados de um estudo realizado pelo Instituto Fogo Cruzado em parceria com o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (Geni), da Universidade Federal Fluminense (UFF).
O levantamento, divulgado pela Folha de S. Paulo, revela ainda que a zona oeste da capital e a Baixada Fluminense são os locais de maior concentração dos grupos criminosos. “Hoje, 10% de toda a extensão do Grande Rio está sob controle desse poder ilegal, metade de todo o território submetido ao crime”.
A pesquisa destaca que as milícias detêm, sozinhas, 50% mais poder de expansão do que as três principais facções criminosas do Rio: Comando Vermelho (CV), com 40%, Terceiro Comando Puro (TCP), com 9% e Amigos dos Amigos (ADA), com 1%.
“A fatia geográfica dominada pelo quarteto subiu 131% desde 2008 e hoje corresponde a 20% da região metropolitana”, diz a reportagem.
Segundo os pesquisadores, “os milicianos voltaram a se fortalecer nos últimos anos, beneficiados por um combo de más notícias para o estado”. A coordenadora do estudo, a socióloga Maria Isabel Couto (Instituto Fogo Cruzado), explica que entre 2016 e 2018, as batalhas por controle territorial das facções criminosas cresceram no Rio.
“Aqui, a disputa entre PCC e CV se materializou com o investimento da facção paulista em grupos rivais do Comando e foi potencializada porque a crise fiscal, econômica e de gestão que o estado enfrentou fragilizou a capacidade de respostas do poder público”, afirma Couto.
FONTE
https://www.brasil247.com/regionais/sudeste/milicias-crescem-400-nos-ultimos-16-anos-e-controlam-metade-do-territorio-do-rio-submetido-ao-crime