Associação Brasileira dos Jornalistas

Seja um associado da ABJ. Há 12 anos lutando pelos jornalistas

O IMPÉRIO AMERICANO QUER DAR POSSE AO SEU FANTOCHE NA VENEZUELA

Em um movimento que ecoa a controvérsia de 2019, quando os Estados Unidos reconheceram Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela, o governo americano repetiu o mesmo estratagema ao reconhecer Edmundo González, “o Guaidó 2.0”, como o vencedor das recentes eleições venezuelanas. Esta decisão representa uma clara interferência na soberania venezuelana e uma tentativa de minar a legitimidade do presidente reeleito Nicolás Maduro.

O Contexto das Eleições Venezuelanas

As eleições na Venezuela, que resultaram na reeleição de Nicolás Maduro com 51,20% dos votos contra 44,20% de Edmundo González, foram marcadas por acusações de fraude sem provas concretas. A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela confirmou os resultados e destacou a legitimidade do processo eleitoral. No entanto, a rápida decisão dos EUA de reconhecer González como vencedor não deixa mais dúvidas sobre a verdadeira motivação por trás dessa ação.

A Interferência dos EUA

A estratégia de reconhecer um presidente alternativo não é nova para os Estados Unidos. Em 2019, Washington reconheceu Juan Guaidó como presidente interino, um movimento amplamente criticado e visto como uma tentativa descarada de desestabilizar o governo legítimo de Maduro. Agora, com o reconhecimento de González, os EUA parecem estar repetindo o mesmo roteiro, apelidado de “Guaidó 2.0”, em uma tentativa de influenciar o curso político da Venezuela.

Interesse pelo Petróleo Venezuelano

O interesse dos Estados Unidos na Venezuela está fortemente ligado às vastas reservas de petróleo do país, que são as maiores de mundo. A proximidade geográfica e a riqueza energética da Venezuela tornam-na um alvo estratégico para Washington. Desde que Hugo Chávez nacionalizou a indústria petrolífera, os EUA têm buscado maneiras de retomar o controle sobre esses recursos. A reeleição de Maduro e a continuidade do chavismo representam um obstáculo significativo para essas ambições.

Sanções e Bloqueios Econômicos

Para pressionar o governo venezuelano, os Estados Unidos e seus aliados impuseram sanções econômicas severas e bloquearam bilhões de dólares em ouro venezuelano no Banco da Inglaterra. Essas medidas agravaram a crise humanitária no país, dificultando a compra de medicamentos e suprimentos essenciais. As sanções, justificadas pela alegada ilegitimidade do governo Maduro, mostram como a repetição de uma narrativa de fraude pode ter consequências devastadoras.

Reações Internacionais

A resposta internacional ao resultado eleitoral na Venezuela tem sido polarizada. Enquanto China, Rússia, Irã e outros países do Sul Global reconheceram a vitória de Maduro, os EUA, Chile e Argentina não reconhecem os resultados e questionam a lisura do processo. Brasil, Colombia e México adotaram uma postura mais cautelosa e ainda não se posicionaram oficialmente.

Conclusão

A decisão dos Estados Unidos de reconhecer Edmundo González como presidente eleito da Venezuela é uma repetição do controvertido reconhecimento de Juan Guaidó, agora conhecido como “Guaidó 2.0”. Este movimento não só desrespeita a soberania venezuelana, mas também reflete uma estratégia contínua de interferência para controlar os vastos recursos petrolíferos do país. A narrativa de fraude, repetida incessantemente sem provas, serve apenas para justificar uma intervenção que visa interesses econômicos específicos, destacando o comportamento imperialista dos EUA na região.

IMAGEM: CHARGE DO JOTA

FONTE: Agência de Notícias ABJ – Associação Brasileira dos Jornalistas

( Reprodução autorizada mediante citação da fonte: Agência de Notícias ABJ – Associação Brasileira dos Jornalistas )