Relatório da Polícia Federal revela que ministros, parlamentares e profissionais da imprensa foram alvos de espionagem durante o governo Bolsonaro.
247 – A Polícia Federal concluiu o inquérito sobre um esquema de espionagem ilegal operado dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O caso envolve o uso clandestino de ferramentas de monitoramento para rastrear adversários políticos e servidores públicos, sem autorização judicial. As informações são do g1.
O relatório final da investigação, já encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), permanece sob sigilo. No entanto, parte das apurações foi divulgada em julho de 2023, quando o ministro Alexandre de Moraes autorizou a quebra de sigilo de uma das fases da operação Última Milha, que investiga o uso do software FirstMile para vigilância ilegal.
A Polícia Federal solicitou o indiciamento de Bolsonaro, de seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) — ex-diretor da Abin — e também de servidores da agência na atual gestão, por tentativa de obstrução de Justiça.
As investigações revelam que diversas autoridades e jornalistas foram monitorados sem respaldo legal. Abaixo, os principais nomes identificados como alvos da espionagem:
Poder Judiciário
- Alexandre de Moraes
- Dias Toffoli
- Luís Roberto Barroso
- Luiz Fux
Poder Legislativo
- Arthur Lira (PP-AL), então presidente da Câmara dos Deputados
- Kim Kataguiri (União-SP), deputado federal
- Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara
- Joice Hasselmann, ex-deputada federal
- Jean Wyllys (PSOL), ex-deputado federal
- Senadores que integraram a CPI da Covid:
- Alessandro Vieira (MDB-SE)
- Omar Aziz (PSD-AM)
- Renan Calheiros (MDB-AL)
- Randolfe Rodrigues (sem partido-AP)
Poder Executivo e servidores
- João Doria, ex-governador de São Paulo
- Hugo Ferreira Netto Loss e Roberto Cabral Borges, servidores do Ibama
- Auditores da Receita Federal:
- Christiano José Paes Leme Botelho
- Cleber Homen da Silva
- José Pereira de Barros Neto
Jornalistas
- Mônica Bergamo
- Vera Magalhães
- Luiza Alves Bandeira
- Pedro Cesar Batista
De acordo com a PF, a espionagem foi viabilizada por uma estrutura clandestina montada dentro da Abin. O software FirstMile, de origem israelense, explorava vulnerabilidades nas redes de telefonia para obter a geolocalização de celulares em tempo real, sem necessidade de ordem judicial.
O inquérito mostra que a rede operava com objetivos políticos, monitorando críticos do governo e figuras públicas de diferentes áreas. A inclusão de integrantes da atual gestão nos pedidos de indiciamento ocorre por suposta tentativa de interferência na continuidade das apurações.
Foto: Abin/Divulgação
FONTE: https://www.brasil247.com/brasil/abin-paralela-monitorou-politicos-ministros-do-stf-e-jornalistas-veja-a-lista