Em audiência na Câmara, Vieira reforçou defesa da paz diante da presença militar dos EUA na região.
247 – O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quarta-feira (1) que manter a América Latina e o Caribe como uma zona de paz é prioridade do governo brasileiro. A fala foi feita em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.
Segundo o jornal O Globo, Vieira não citou diretamente os Estados Unidos, mas a declaração foi entendida como resposta ao envio de navios militares estadunidenses para o Caribe. “Vivemos um momento crescente de polarização e instabilidade na América Latina e no Caribe. Manter a região como zona de paz é nossa prioridade. Somos um continente livre de armas de destruição em massa, sem conflitos étnicos e religiosos. A estabilidade da América Latina e do Caribe depende da preservação de seus valores pacíficos e da rejeição clara a qualquer forma de militarização”, afirmou o chanceler.
Contexto da declaração de Mauro Vieira
As palavras do ministro ocorrem em meio à estratégia do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de reforçar o compromisso do Brasil com a soberania nacional, a defesa da diplomacia e a rejeição a intervenções militares externas.
Tensões no Caribe e ações dos EUA
Nos últimos meses, navios militares dos Estados Unidos circularam pelo mar do Caribe como demonstração de força. Em um episódio recente, embarcações venezuelanas foram abatidas por forças estadunidenses, o que ampliou o clima de tensão entre Washington e Caracas. Essas ações ocorrem em uma região marcada por disputas políticas, crises econômicas e rivalidades estratégicas, apesar da ausência de guerras interestatais recentes.
Reação do governo brasileiro
O governo brasileiro observa com preocupação os movimentos dos EUA, cuja justificativa é o combate ao narcotráfico. Para interlocutores do Itamaraty, contudo, a verdadeira intenção da Casa Branca seria pressionar pela mudança do governo da Venezuela, que tem Nicolás Maduro como presidente.
Washington chegou a oferecer recompensa para quem ajudasse na captura de Maduro, classificado pelos EUA como “chefe de cartel”. Essa postura, segundo o Brasil, contribui para a instabilidade política regional.
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
FONTE: https://www.brasil247.com/americalatina/apos-eua-enviarem-frota-ao-caribe-mauro-vieira-rejeita-militarizacao-da-america-latina