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Autonomia do BC eleva Selic e esmaga economia real, mostra gráfico

O Brasil não pode ser colônia financeira de Faria Lima. Hora de devolver a soberania ao povo e ao projeto nacional de desenvolvimento.

O gráfico elaborado pelo Blog do Esmael expõe o salto histórico da Selic após a autonomia formal do Banco Central, sancionada pelo então presidente Jair Bolsonaro, do PL, em fevereiro de 2021.

A taxa saiu do piso histórico de 2% ao ano e escalou até 15% ao ano, maior juro real do planeta, sufocando consumo, crédito e produção.

O Blog do Esmael desenhou um gráfico para mostrar, na avaliação editorial deste site, que o chamado “Banco Central Independente”, criado em 24 de fevereiro de 2021, no governo Bolsonaro, operou para sustentar a Selic nas alturas, e não para domar a inflação como se vende ao público desavisado.

Pelo contrário, apontam sindicatos e economistas desenvolvimentistas: trata-se de uma sangria que drena o Orçamento, sob roupagem legal, para oligarquias da Faria Lima associadas à velha mídia.

O resultado é prejuízo para saúde, educação, consumo e produção, isto é, para bom emprego e bom salário.

Na leitura deste Blog, o desenho institucional do BC autônomo precisa ser revisto com urgência, porque naturaliza um assalto a céu aberto, mortal para a economia real, ainda que travestido de legalidade.

A autonomia veio pela Lei Complementar 179/2021, com mandatos blindados e não coincidentes com o presidente da República.

A promessa era técnica e anticíclica. A prática virou dogma monetário e veto permanente ao crescimento, segundo críticos.

O ciclo é perverso: inflação sob controle, economia em recuperação, mas juros mantidos no topo global.

O gráfico revela um ponto de inflexão.

Até fevereiro de 2021, a Selic despencava pela crise sanitária, alcançando 2%.

Após a autonomia, o Copom iniciou a escalada.

Em 2022, o juro bateu 13,75%.

Em 2023, cortes tímidos.

Em 2024, retomada das altas.

Em 2025, cravados 15%.

A consequência é conhecida nos balcões da vida real.

Famílias sufocadas, 78 milhões de negativados, indústria perdendo competitividade, agricultura familiar espremida, comércio temendo o fiado e pequenas empresas adiando investimento.

Enquanto isso, títulos públicos remunerados pela Selic enriquecem os donos do capital financeiro, que veem risco em qualquer melhora do emprego, como se trabalhador com carteira assinada fosse ameaça e não força produtiva.

A disputa é política e econômica.

Centrais sindicais e movimentos sociais denunciam que a autonomia serviu ao rentismo e não ao país.

O dinheiro sai do aposentado para o bolso dos oligarcas; do remédio que falta no posto de saúde para fundos de especulação; da comida cara para enriquecer os magnatas da Faria Lima.

A defesa do BC insiste na meta inflacionária. Porém, choques climáticos e geopolíticos explicam a maior parte das pressões de preço, áreas onde juros pouco atuam.

O pleno emprego, celebrado pela Constituição, virou “risco técnico” para banqueiro.

A autonomia do BC, tal como desenhada, virou dogma antissocial.

O debate democrático exige recolocar o emprego, a renda e o investimento público no centro da política monetária.

O Brasil não pode ser colônia financeira de Faria Lima. Hora de devolver a soberania ao povo e ao projeto nacional de desenvolvimento.

FONTE: https://www.brasil247.com/blog/autonomia-do-bc-eleva-selic-e-esmaga-economia-real-mostra-grafico