Resta aos aliados a união para lutar contra as investidas do ditador republicano, a partir do BRICS, que o presidente Lula presidirá.
O BRICS é o anteparo dos países subdesenvolvidos à investida do protecionismo trumpista, que mostra a nova face da crise imperialista diante do ocaso do dólar, incapaz de sustentar a continuidade da divisão internacional imposta pelos Estados Unidos no pós-guerra, em Bretton Woods
O liberalismo econômico capitalista que os americanos sempre impuseram aos aliados por força de política monetária baseada no dólar forte acabou jogando os Estados Unidos na crise externa em que se encontram, como ficou claro no escandaloso encontro na Casa Branca entre Trump e Zelensky.
Ali ficou claro o óbvio: o dólar não suporta mais a hegemonia monetária que sustentou enquanto foi possível acumular déficits comerciais para garantir inflação baixa e juro barato para sustentar o crediário aos consumidores para comprarem bens e serviços, assegurados pela valorização artificial de ações na bolsa.
Por trás do déficit comercial estava a moeda forte que desvaloriza as moedas dos países concorrentes para exportarem aos Estados Unidos, forçando o que levou os Estados Unidos à perda da competitividade para a China: a desindustrialização.
Agora, Trump quer reindustrializar os Estados Unidos, mas precisa desvalorizar o dólar que produz inflação alta importada pelo protecionismo que desarticula a aliança do império com os seus sócios, candidatos a partirem também para a desvalorização monetária numa corrida louca para não se empobrecerem e entrarem em revolução social.
Revolução mundial em marcha
Trump prepara a nova revolução mundial, pois, como disse o historiador marxista americano, Michael Hudson, todos os concorrentes dos Estados Unidos, se não puderem exportar, porque suas moedas serão valorizadas pelo protecionismo trumpista, terão que dar calote nos bancos, que lhes emprestaram, tendo como aval as receitas de exportação que cairão diante das medidas protecionistas.
Será a anarquia financeira mundial que abalaria profundamente o processo de financeirização global que a estratégia monetária imperialista armou e fez vigorar desde Bretton Woods, de bancar déficit comercial mediante superávit financeiro, produzido pela fabricação de moeda, graças ao então dólar valorizado, como trunfo da potência imperialista.
O sonho acabou.
Trump agora busca tomar riquezas dos outros com o argumento de que os Estados Unidos têm direito a cobrar pelos investimentos que fizeram no exterior, seja em guerras, seja em forma de garantia de superávit comercial, oferecido aos aliados por permitir a eles, graças ao dólar forte, receitas de exportação realizadas no mercado consumidor americano.
Os Estados Unidos, segundo o entendimento da nova política externa americana, claramente, exposta na discussão Trump-Zelensky, televisionada para o mundo, a partir do Salão Oval da Casa Branca – prostíbulo das negociações espúrias expostas ao vivo – têm que ter de volta os favores que fizeram ao mundo, segundo ponto de vista imperialista.
Resta aos aliados a união para lutar contra as investidas do ditador republicano, a partir do BRICS, que o presidente Lula presidirá, no segundo semestre, tendo em torno de si os exportadores de bens e serviços aos Estados Unidos, ameaçados de falência com a mudança da estratégia monetária imposta pelo protecionismo trumpista.
Lula e a diplomacia do Itamaraty devem se preparar para as cobranças que Trump deverá fazer em forma de indenização pelo que entende ser vantagens que o dólar forte proporcionou ao Brasil.
Por isso, diante da nova geopolítica monetária imperialista, a saída da política externa lulista deve ser a de desligar a tomada de Washington para ligá-la à Rota da Seda de Pequim, antes que Trump dê um choque no Brasil como deu em Zelensky.
FOTO: White House Rapid Response
FONTE: https://www.brasil247.com/blog/brics-vira-barreira-ao-novo-colonialismo-protecionista-imperialista-trumpista