A China confirmou nesta quinta-feira (12) o acordo comercial anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ressaltando que ambos os países devem respeitar o consenso firmado. Lin Jian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, afirmou que o país sempre manteve sua palavra e entregou resultados concretos.
O acordo, resultado de uma conversa telefônica recente entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping, representa uma trégua delicada na prolongada guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Segundo Lin Jian, “agora que se chegou a um consenso, os dois lados devem cumpri-lo”.
A ligação entre os líderes quebrou um impasse que se arrastava desde um acordo preliminar em Genebra, seguido por negociações em Londres, que deram novo impulso para aliviar as tarifas retaliatórias bilaterais. O acordo inicial havia fracassado devido às restrições chinesas às exportações de minerais, o que levou os EUA a impor controles rigorosos sobre exportações de tecnologias sensíveis para a China.
Trump declarou estar satisfeito com o acordo, afirmando no Truth Social que o pacto está concluído, sujeito à aprovação final dos dois presidentes. Ele destacou que a China fornecerá antecipadamente ímãs completos e todas as terras raras necessárias, enquanto os EUA cumprirão suas obrigações, incluindo a continuidade do intercâmbio educacional com estudantes chineses. Trump mencionou que os EUA manterão uma tarifa total de 55%, enquanto a China aplicará 10%.
Apesar do avanço, os detalhes específicos do acordo e sua implementação ainda não foram totalmente esclarecidos. Uma autoridade da Casa Branca explicou que os 55% de tarifas americanas correspondem à soma de uma tarifa recíproca de 10% sobre produtos de quase todos os parceiros comerciais dos EUA, 20% sobre importações chinesas relacionadas ao combate ao tráfico de fentanil, e 25% de tarifas pré-existentes impostas durante o primeiro mandato de Trump.
O Ministério do Comércio da China afirmou que continuará fortalecendo o processo de avaliação e aprovação das exportações de terras raras, mas não divulgou quantas licenças serão concedidas na semana. O porta-voz He Yadong declarou que a China está disposta a melhorar a comunicação e o diálogo sobre controle de exportações para facilitar o comércio de forma compatível.
Este acordo marca um passo importante para reduzir as tensões comerciais entre as duas potências, embora o cenário permaneça cauteloso quanto à sua plena execução e aos próximos desdobramentos.
LEGENDA DA FOTO: Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, em fala em Pequim. 04/06/2025
FOTO: Divulgação/MRE da China
FONTE: Agência de Notícias ABJ – Associação Brasileira dos Jornalistas
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