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Depois da Petrobrás, Lula deve enquadrar BC a alinhar-se ao desenvolvimento

Chegou a hora do presidente Lula apertar pescoço do Banco Central.

Depois de dar chega prá lá nos poderosos acionistas minoritários da Petrobras, chegou a hora do presidente Lula apertar pescoço do Banco Central para baixar juros, se quiser alcançar desenvolvimento sustentável com PIB de perfil nacionalista não neoliberal.

O golpe neoliberal de 2016 preparou o ambiente para os monetaristas e especuladores de toda a natureza avançarem sobre os ativos mais fortes do Estado de modo a reverter desenvolvimento sustentável em anti desenvolvimento especulativo em nome do esvaziamento das forças estatais.

O maior motor de impulsão dos investimentos da Petrobrás, como destacam todos os especialistas no assunto, são os lucros acumulados da empresa, que Lula anseia em colocar a serviço da industrialização.

Os custos competitivos obtidos pela Petrobras com o avanço científico e tecnológico que levaram às descobertas do pré-sal e de diversas outras explorações petrolíferas tiveram por fim, sempre, reinvestimentos na própria empresa, segundo os nacionalistas, para alavancar, especialmente, a industrialização nacional.

A estatal petroleira ganhou diversos prêmios internacionais, graças aos investimentos que fez para produzir cada vez mais barato, o que lhe permitiu vencer concorrências mundo afora.

Essa proatividade da Petrobrás atuou como pedagogia necessária à consciência empresarial brasileira para estimular expansão industrial, alinhada ao esforço de produtividade constante, resultado da ideologia nacionalista varguista que sempre acompanhou os gestores da empresa.

Os construtores iniciais da Petrobrás tinham como lema a palavra de ordem de Getúlio Vargas – depois seguida por militares nacionalistas, Lula, durante seus dois primeiros mandatos, ao lado do de Dilma Rousseff – voltada para entender a estatal brasileira como ponta de lança para a conquista do mercado internacional a partir do avanço tecnológico constante.

O resultado desse esforço nacional foi o de dotar a Petrobrás de capacidade de produzir do poço ao posto mercadoria de qualidade, barata, a serviço da produtividade nacional como um todo, baixando o custo médio de investimento no país.

Golpe neoliberal paralisou o país – Mas, aí veio o golpe neoliberal de 2016, que colocou no poder Michel Temer, aliado dos interesses externos, para colocar como prioridade não o nacionalismo, mas o antinacionalismo, expresso na criação de condições favoráveis aos concorrentes da Petrobrás, para tomar dela o mercado que conquistou ao lado das suas conquistas científicas e tecnológicas.

Os abutres externos, diante da descoberta do pré-sal, uma das maiores reservas de petróleo do mundo, decidiram conspirar contra o governo nacionalista do PT, sob Dilma Rousseff, até derrubá-la e colocar no seu lugar outra orientação política diametralmente oposta.

Tudo começa com reversão neoliberal da política de preços baseada não nas vantagens comparativas internas, mas na dolarização deles, formada no exterior, para favorecer os inimigos da estatal nacional.

Destruiu-se o preço competitivo da Petrobras, que a capacitava vencer, com folga seus concorrentes, de modo a ampliar a agregação geral de valor, desde a exploração primária, passando pela industrialização e distribuição, objetivando desmontagem estrutural da petroleira.

Ganhou força a orientação voltada para privatização dos ativos da empresa combinada com exportação de produto bruto, sem agregação de valor, cujos beneficiários foram, somente, os acionistas minoritários que ocuparam sua direção, para priorizar não mais os investimentos, mas a distribuição de dividendos.

Instaurou-se visão anti-empresarial, meramente, especulativa, tal como a visão especulativa imposta pelo Banco Central Independente (BCI), para conduzir política monetária, incompatível com o processo de industrialização com o qual Lula se comprometeu durante campanha eleitoral e que se encontra em banho maria.

Sob orientação nacional ultra neoliberal, tanto Petrobrás, comandada por acionistas minoritários, como Banco Central Independente, subordinado aos especuladores da Faria Lima, visam manutenção dos juros elevados que somente favorecem jogadores especulativos, seja na comercialização do petróleo, seja na do dinheiro, resistentes aos investimentos que os juros altos afugentam.

Lula rompe identidade especulativa Petrobrás-BC – A direção da empresa estatal submeteu-se aos defensores da política monetária anti-investimento aos quais se uniu na pregação da política de distribuir antes de investir, renunciando-se ao capital acumulado de expansão da produtividade como forma de ganhar competitividade, nacional e internacional.

Lula, agora, ao orientar a distribuição dos lucros, alcançados em 2023, para fundo de poupança de modo a dispor de condições de maiores investimentos, muda o discurso dentro da empresa.

Depois dessa decisão política nacionalista de gestão empresarial dentro da maior empresa nacional, certamente, o presidente voltará com força para a outra ponta da economia que não está funcionando bem, para proporcionar avanço dos investimentos.

Trata-se de dar outra orientação à política monetarista restritiva do Banco Central Independente, arredio aos investimentos na produção a juro baixo.

A manutenção da taxa de juros elevada perde apoio na sociedade em escalada porque inviabiliza o desenvolvimento sustentável e, com ela, naturalmente, Lula não chega ao terceiro mandato, em 2026.

Não por outra razão, o BCI tenta aprovar no Congresso PEC que lhe garanta autonomia de ação, transformando-se de autarquia em empresa pública.

É a forma que busca para sair do controle total do governo, como se fosse entidade agindo no exterior da realidade concreta, a fim de impor sua vontade independente à sociedade sufocada pelos juros.

Certamente, depois de enquadrar a Petrobrás, levando-a ao seu leito natural, chegou a hora, também, do governo de fazer o mesmo relativamente ao Banco Central.

Caso contrário, o presidente não conseguirá cumprir sua promessa de campanha eleitoral, de apostar todas as energias na industrialização nacional, para garantir efetividade ao que já está ocorrendo, na prática, na economia, com inflação cadente, PIB crescente e valorização dos salários, que abre espaço às expectativas de desenvolvimento sustentável.

FONTE:

https://www.brasil247.com/blog/depois-da-petrobras-lula-deve-enquadrar-bc-a-alinhar-se-ao-desenvolvimento