Para o acadêmico de Direitos Humanos, o que está acontecendo na Venezuela se coloca como um laboratório para uma ingerência na eleição brasileira. Assista.
O professor e coordenador-geral do Núcleo de Direitos Humanos da PUC-Rio, João Ricardo Dornelles, participa do “Denise Assis Convida”, na TV 247, neste domingo (07), traçando um panorama da política na América Latina e do quadro geopolítico em geral. Ele está preocupado com o avanço da direita não só na Europa, onde passa parte do ano, como também na América do Sul, onde “cada vez mais estamos cercado por governos de direita”, disse ele.
Por Denise Assis (247)
Dornelles considera da maior importância que haja um novo encontro dos países da América Latina, para que se posicionem, independente de posição ideológica, contra a pressão sobre a Venezuela. “Não se trata de defender o Maduro”, deixou claro. “O que importa é dizer ao mundo que os países, principalmente os da América do Sul, não vão aceitar serem desrespeitados em suas soberanias. Assim como houve o encontro da CELAC, em que o assunto foi tratado, é preciso agora fazer uma denúncia mais forte, para o mundo, de que não seremos quintal de ninguém”.
Basta o Trump dizer que “quer as atas”, para se instalar aqui uma desconfiança com relação ao resultado do pleito.
A grande dificuldade, como ele próprio reconhece, é ter como vizinhos a Argentina e o Paraguai, “que já estão cedendo espaço para a implantação de bases estadunidenses em seus territórios. Aqui do lado”, alerta. Dornelles chama também a atenção para o fato de que em 2026 o Brasil terá eleições em um ambiente ainda mais conservador e politicamente à direita. “Nós teremos eleições no Chile, onde ao que tudo indica dificilmente a esquerda vencerá. Teremos também eleições na Colômbia, em que o Gustavo Petro não poderá concorrer (ele não pode ser reeleito), e onde há um avanço do candidato de oposição. Então o Brasil vai ficando isolado, principalmente se o ano que vem Lula for reeleito”.
Nesse ponto, suas preocupações se agravam. “Nós podemos ter uma interferência dos EUA, do tipo um alto investimento na mídia, para que ela faça uma pressão ainda maior e assuma a postura de denunciar, a mando deles, irregularidades no pleito. Vamos supor que o Trump em dado momento queira fazer como o Brasil fez com o Maduro, e peça as nossas atas, colocando em dúvida a eleição do Lula. É esse o risco”, alerta. Assista, na TV 247, a partir das 12h deste domingo:
FONTE: https://www.brasil247.com/entrevistas/em-2026-trump-pode-questionar-uma-eventual-vitoria-de-lula-diz-joao-ricardo-dornelles