María Corina Machado citou suposta invasão de “agentes cubanos, iranianos, chineses, russos, de terroristas islâmicos e cartéis do narcotráfico”.
247 – A dirigente opositora María Corina Machado, do movimento Vente Venezuela, concedeu sua primeira entrevista após ser anunciada vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025.
Machado afirmou que o prêmio representa “milhões de venezuelanos” que, segundo ela, se sacrificaram pela democracia. “Esta é uma injeção de energia, de ânimo, de força para concretizar a última etapa desta luta, que é a libertação da Venezuela”, declarou à BBC.
Críticas e rejeição popular
A entrega do Nobel à opositora do presidente Nicolás Maduro tem gerado forte rejeição interna e externa. De acordo com a rede teleSUR, sua trajetória política é associada ao apoio a intervenções militares estrangeiras, a tentativas de golpe e a sanções que impactaram diretamente a economia venezuelana.
Levantamento realizado pela consultoria Hinterlaces, em 8 de outubro de 2025, revelou que 91% dos entrevistados têm opinião negativa sobre Machado, o que a torna a liderança mais impopular do cenário político nacional. O estudo foi feito com 1,2 mil entrevistas e margem de erro de 3%.
Além disso, a pesquisa mostrou que 83% da população está disposta a resistir a uma eventual intervenção militar estrangeira, enquanto 89% acredita que o verdadeiro objetivo de uma ofensiva seria controlar as reservas de petróleo da Venezuela.
“Invasão já existe” e apelos externos
Na entrevista à BBC, Machado voltou a acusar o governo de Maduro de estar aliado a redes criminosas internacionais e afirmou que a Venezuela já estaria sob invasão. “A Venezuela já vive uma invasão, absolutamente. De agentes cubanos, iranianos, chineses, russos, de terroristas islâmicos e cartéis do narcotráfico que tomaram o controle de boa parte do nosso território”, disse.
Ela alegou que não defende uma intervenção militar externa, mas sim uma “libertação” do país: “A invasão já existe, o que nós precisamos é de uma libertação”.
Relação com Donald Trump
A opositora também comentou sua proximidade com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem intensificado as pressões sobre Caracas. Apesar das críticas sobre essa relação, sobretudo diante dos ataques norte-americanos a embarcações no Caribe e do fim do programa de proteção temporária (TPS) para venezuelanos, Machado afirmou que a responsabilidade pela crise é de Maduro. “O responsável pelo que está ocorrendo se chama Nicolás Maduro e seu entorno, que nos declararam uma guerra que nós, venezuelanos, não queríamos”, afirmou.
FOTO: Confidencial
FONTE: https://www.brasil247.com/americalatina/em-primeira-entrevista-pos-nobel-maria-corina-diz-que-venezuela-esta-invadida-por-inimigos-do-ocidente