Representantes de uma das empresas incluídas contestaram veementemente a decisão, afirmando que não têm vínculos com os militares de nenhum país. Entenda.
247 – O Departamento de Defesa dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (6) a inclusão de gigantes da tecnologia chinesa, como Tencent Holdings e CATL, em uma lista controversa de empresas que supostamente colaboram com os militares da China, segundo a agência de notícias Reuters. A medida, que afeta também a fabricante de chips CXMT, a Quectel Wireless e a fabricante de drones Autel Robotics, intensifica as já tensas relações entre as duas maiores economias do mundo.
A lista, conhecida como “Seção 1260H”, é atualizada anualmente e conta agora com 134 empresas. Embora a designação não acarrete sanções automáticas, o impacto reputacional é significativo, enviando um alerta às empresas norte-americanas sobre os riscos de manter negócios com essas companhias.
Representantes da Quectel, uma das empresas incluídas, contestaram veementemente a decisão, afirmando que não têm vínculos com os militares de nenhum país e pedindo que o Pentágono revise a classificação, que consideraram um “erro evidente”. Outras empresas e a Embaixada da China em Washington não se manifestaram até o momento.
A ausência de critérios claros e as decisões aparentemente arbitrárias do governo norte-americano têm gerado críticas, especialmente de setores que enxergam a medida como mais um passo na escalada de restrições contra empresas chinesas sob justificativas pouco transparentes.
Contexto e impacto – A inclusão ocorre em meio a um cenário de crescente pressão do Congresso dos EUA para que o Pentágono amplie a lista de entidades chinesas consideradas ameaças à segurança nacional. Em 2024, parlamentares intensificaram a campanha para adicionar nomes como Tencent, controladora do popular aplicativo de mensagens WeChat, e CATL, uma das maiores fabricantes de baterias para veículos elétricos do mundo.
Embora a medida seja descrita como preventiva, seus efeitos já são sentidos. Empresas anteriormente listadas, como a DJI e a Hesai Technologies, processaram o Pentágono em anos anteriores, questionando a falta de transparência no processo. Ambas seguem na lista atualizada, apesar das contestações judiciais.
Curiosamente, a edição mais recente da lista também removeu seis empresas, incluindo a Beijing Megvii Technology e a China Railway Construction Corporation, alegando que elas não atendem mais aos critérios. Isso levanta dúvidas sobre a consistência e os critérios utilizados para a inclusão e exclusão das companhias.
FONTE: https://www.brasil247.com/mundo/eua-adicionam-gigantes-chinesas-tencent-e-catl-a-lista-de-supostas-empresas-militares-criterios-sao-contestados