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EUA reclamam que China não compra sua soja e culpam Brasil

Produtores americanos acusam o Brasil de ”canibalizar” os mercados de exportação de sua safra.

Dentro de algumas semanas, os agricultores americanos começarão a colher dezenas de milhões de toneladas de soja. Desta vez, porém, eles tem um problema: a China, o maior comprador mundial do grão, não quer nada disso. É o que relata o jornal Wall Street Journal nesta sexta-feira.

Para os produtores americanos, o grande beneficiado é o Brasil, no rastro tanto de briga de Trump com a China já no primeiro mandato como também da forma como o país expande sua produção, conforme os argumentos apresentados recentemente pela Associação Americana de Soja à Agencia de Representação Comercial dos EUA (USTR) no âmbito da investigação contra o Brasil.

Ao longo dos anos, a China tornou-se um dos maiores compradores de produtos agrícolas americanos, à medida que a crescente classe média chinesa passou a consumir mais carne suína e aves, que são engordadas, em parte, com farelo de soja.

Mas, como relata o jornal americano, agora a soja surgiu como uma ‘’arma potente’’ que Pequim está usando em sua disputa comercial com Donald Trump. Diz que os compradores chineses não fizeram nenhuma reserva de compras de soja dos EUA, voltando-se, em vez disso, para fornecedores brasileiros. Por volta desta época no ano passado, os produtores de soja americanos já haviam feito grandes reservas de compras de compradores chineses. Desta vez, nada.

Em negociações com a administração Trump, os chineses sinalizaram que Pequim compraria mais soja americana. Mas antes quer que Washington retire a tarifa de 20% que Trump impôs sobre a China alegando vinculação com o comércio de fentanil. Os americanos relutam atender a demanda chinesa até que, na sua visão, Pequim tome medidas sérias para reprimir o comércio de produtos químicos usados na produção de fentanil.

Um produtor americano conta ao jornal americano que, a menos que ocorra algum milagre, ele não vai esperar que os chineses comprem sua soja.

A soja é o principal produto agrícola exportado pelos EUA, com metade da safra destinada aos mercados internacionais, e o contexto atual é ainda mais delicado para seus agricultores diante da concorrência brasileira. Os três maiores produtores mundiais de soja são o Brasil, os EUA e a Argentina, ‘’e a concorrência no mercado global é forte’’, diz a Associação Americana de Soja (ASA, na sigla em inglês) em carta ao USTR.

Constata que os EUA foram utrapassados pelo Brasil como maior produtor e exportador global do grão. Calcula que a safra brasileira do ano comercial 2024/25 deve representar quase 40% da produção global, comparado a 28% no caso dos EUA. Assim, juntos, os dois países cultivaram 68% da safra total mundial de soja nesse período.

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Foto: Rodolfo Perdigão/Secom-MT