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Gás do Povo: botijão de graça e dignidade para os mais pobres

Gás do Povo levará botijões gratuitos a 17 milhões de famílias, garantindo refeições quentes, saúde e dignidade em todo o Brasil.

Pode parecer inacreditável, mas é a triste realidade num Brasil que dispõe das tecnologias mais avançadas do mundo em diferentes áreas. Muita gente no país não dispõe de dinheiro para ter sempre em casa o botijão de gás necessário para cozinhar a refeição da família. Em alguns estados, o preço de uma unidade chega a custar dez por cento de um salário mínimo.

É uma situação com a qual me identifico muito, pois isso acontecia na minha infância humilde em Belo Horizonte. O lançamento do programa Gás do Povo no Aglomerado da Serra, na capital mineira, deixou-me emocionado com as lembranças da minha mãe, Maria Aparecida.

Voltando de uma viagem ao Pará, onde estive em missão governamental, fui visitá-la acamada no Bairro Castelo, na zona norte de BH.

Minha mãe era salgadeira e ainda sofre com as dores da bursite nos dois braços e nos dedos que ficaram tortos – ela acordava às três da madrugada e preparava com as mãos a massa com banha para fazer empada e coxinha numa mesa de madeira.

Muitas vezes, eu a vi juntando as moedinhas para comprar o bujão de gás para preparar aqueles salgados. Eram as “pratinhas”, como ela mesma dizia.

Morávamos num barracão da minha avó num bairro pobre, a Vila Clóris. O meu irmão mais velho e eu íamos entregar as coxinhas e as empadas nos bares da redondeza. A venda ajudava no sustento da família.

Me lembro ainda do gás nas refeições de domingo. Minha avó fazia frango com macarronada para toda a família. Quando eu não estava em casa, ela guardava o peito do frango, a parte que eu ainda mais gosto de comer.

O gás representou muito também para mim na escola municipal Lídia Angélica, na Lagoa do Nado, e na Escola Estadual Geraldo Teixeira da Costa, no bairro Rio Branco. Uma das alegrias era ir para a cantina e traçar um mingau de fubá.

Não há como esquecer da minha tia Do Carmo, no Eldorado, em Contagem, onde costumávamos ir nos fins de semana. Eu ajudava a catar lenha nos lotes vagos, usada por ela para fazer a refeição.

A família teve seis Marias, entre elas minha mãe e a tia Isabel, que vem a ser a avó do meu primo Pedro Roussef, esse jovem vereador de muito talento, fibra e coragem.

Com essas breves memórias, expresso meu orgulho pelo Gás do Povo. Fiquei muito feliz em ajudar a criar esse programa, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e junto com os colegas de ministério, Rui Costa, da Casa Civil, e Wellington Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. Também estive muitas vezes com a primeira-dama Janja Lula da Silva, para cuidarmos das Cozinhas Solidárias e do combate à pobreza energética, buscando favorecer o cozimento limpo de alimentos.

O Gás do Povo chegará a 17 milhões de famílias em todo o país, que terão o botijão de graça, com distribuição começando já em novembro e sendo implantado gradualmente até março. Serão mais de 50 milhões de pessoas beneficiadas e mais de 65 milhões de botijões por ano com custo zero.

Botijão de graça representa alívio imediato para os que mais precisam: dinheiro direto no bolso, economia nas contas do lar para melhorar a refeição e ajudar na saúde e na educação das crianças.

Haverá 58 mil locais de distribuição em todo o país. O botijão poderá ser retirado sem burocracia pelos beneficiários de quatro maneiras: aplicativo no celular, cartão específico do programa, vale nas lotéricas e agências da Caixa e o cartão do Bolsa Família.

Para dar um exemplo regional, em meu estado, Minas Gerais, a gratuidade chegará a pelo menos 1,2 milhão de famílias, o que equivale a cerca de 3,6 milhões de pessoas e cinco milhões de botijões por ano.

É fundamental ressaltar que o Gás do Povo é bom para a saúde também, pois garante o cozimento limpo. Evita que mulheres e crianças tenham doenças no pulmão, causadas pela fumaça do fogão à lenha, ainda muito usado por necessidade das famílias.

Além disso, vai livrar as crianças de acidentes causados pelo uso do álcool para cozinhar. Como secretário de Saúde de Minas Gerais, ajudei a equipar o maior centro de queimados do estado, no Hospital João 23.

O Gás do Povo é o terceiro programa social de grande impacto do Ministério de Minas e Energia, somando-se ao Luz para Todos e ao Luz do Povo.

O primeiro tirou da escuridão mais de 17 milhões de famílias, garantindo iluminação elétrica nas moradias e energia para geladeira, televisão, ferro de passar roupa, tomada para celular e conexão com a internet. O segundo, iniciado em julho, proporciona conta de luz de graça para quem consome até 80 quilowatts-hora por mês.

Colocar a inclusão social nas ações do ministério é uma inovação relevante. Isso melhora a qualidade de vida e leva mais dignidade para as famílias.

Este é o momento para mudar a vida das pessoas com algo simples e transformador. Por duas vezes, nosso país saiu do Mapa da Fome. Agora, vamos acabar com a pobreza energética. Quando acendemos a chama de um botijão, estamos acendendo o presente e o futuro do Brasil.

Foto: Ricardo Stuckert/PR

FONTE: https://www.brasil247.com/blog/gas-do-povo-botijao-de-graca-e-dignidade-para-os-mais-pobres