Bombardeios em Gaza mataram ao menos 63 pessoas em 24 horas, enquanto Israel mantém detidos ativistas da flotilha humanitária.
247 – Os ataques israelenses à Faixa de Gaza deixaram ao menos 63 mortos nas últimas 24 horas, segundo informações divulgadas pela rede Al Jazeera com base em dados do Ministério da Saúde local. Outros 227 palestinos ficaram feridos no mesmo período em consequência dos bombardeios.
De acordo com a Al Jazeera, o total de mortos em Gaza desde 7 de outubro de 2023 chegou a 66.288, com 169.165 feridos. O número real, entretanto, pode ser ainda maior, já que milhares de corpos seguem sob os escombros de edifícios destruídos.
Crianças entre as vítimas da fome
Além dos ataques aéreos, a crise humanitária se aprofunda com o avanço da fome. Fontes médicas confirmaram que mais duas pessoas, incluindo uma criança, morreram de desnutrição nas últimas 24 horas. Desde o início da guerra, já são 457 mortes relacionadas à fome, sendo 152 de crianças, conforme divulgado pela agência palestina Wafa.
A chefe do Programa Mundial de Alimentos da ONU, Cindy McCain, já havia alertado em agosto que Gaza havia chegado ao “ponto de ruptura”. Apesar disso, Israel manteve e até intensificou o bloqueio, restringindo ainda mais o acesso a alimentos e ajuda humanitária.
Ofensiva concentrada na Cidade de Gaza
Somente desde a madrugada desta sexta-feira (3), ao menos 49 palestinos foram mortos em diferentes pontos da Faixa de Gaza. Desses, 31 morreram na Cidade de Gaza, alvo de uma ofensiva combinada de forças terrestres e ataques aéreos israelenses, segundo informações repassadas por hospitais locais à Al Jazeera.
Prisão de ativistas da flotilha humanitária
Enquanto os bombardeios avançam, cresce a indignação internacional após a Marinha israelense interceptar ilegalmente a flotilha humanitária Global Sumud. O último barco, chamado Marinette, foi bloqueado em águas internacionais quando se dirigia a Gaza com ajuda e voluntários.
O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, gravou um vídeo dentro da prisão de Ktzi’ot — centro de detenção já denunciado por tortura — para anunciar o destino dos ativistas. “Estamos na prisão Ktzi’ot e, como eu prometi, esses membros da flotilha, apoiadores do terrorismo, estão em uma prisão de segurança. Acabou a brincadeira. Eles estão recebendo o tratamento de terroristas para todos os propósitos. Roupas de terroristas, tratamento para terroristas. O mínimo do mínimo. Isso que eu prometi e é assim que vamos fazer”, declarou.
A organização Global Sumud denunciou a ação como ilegal, destacando que Israel interceptou 42 embarcações carregadas de ajuda humanitária e ativistas de mais de 45 países. O movimento partiu de Barcelona no fim de agosto com o objetivo de abrir um corredor humanitário e denunciar o genocídio em curso contra o povo palestino.
Brasileiros entre os detidos
Entre os ativistas sequestrados pela Marinha israelense estão latino-americanos, europeus e asiáticos. A deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) está entre os detidos e encontra-se incomunicável há mais de 40 horas, segundo familiares e integrantes do seu partido. A expectativa é de que representantes da Embaixada do Brasil consigam visitar a parlamentar e outros cidadãos brasileiros nesta sexta-feira (3).
A prisão da flotilha provocou reação imediata de organizações internacionais de direitos humanos, que denunciam a criminalização crescente de iniciativas de solidariedade à população palestina. Diplomaticamente, o episódio aumenta a pressão global sobre Israel, que é acusado de violar convenções internacionais que garantem o direito de passagem a missões humanitárias.
FOTO: RS/Fotos Públicas
FONTE: https://www.brasil247.com/mundo/genocidio-apos-sequestrar-pacifistas-da-flotilha-netanyahu-assassina-mais-60-palestinos