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Genocídio: comandantes militares israelenses ordenaram disparos contra palestinos em Gaza que aguardavam ajuda humanitária

Israel negou veementemente as informações divulgadas pelo Haaretz, enquanto, de acordo com o jornal, a promotoria militar investiga o caso.

247 – Israel negou veementemente uma publicação que alega que as Forças de Defesa de Israel (FDI) teriam disparado deliberadamente contra civis próximos a pontos de distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, segundo declaração conjunta do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e do ministro da Defesa, Israel Katz, divulgada nesta sexta-feira (27). A reportagem é da agência russa Sputnik.

Mais cedo, o jornal israelense Haaretz informou, citando fontes militares, que nos últimos 30 dias comandantes das FDI teriam supostamente ordenado que se atirasse contra moradores de Gaza que não representavam ameaça, enquanto aguardavam auxílio em pontos de distribuição. A publicação também informou que o principal promotor militar de Israel ordenou a abertura de uma investigação sobre possíveis crimes de guerra nesses locais.

“O Estado de Israel rejeita completamente as desprezíveis calúnias sanguinárias publicadas no jornal Haaretz, segundo as quais ‘Soldados das FDI receberam ordens para atirar deliberadamente em palestinos desarmados que esperavam por ajuda humanitária em Gaza’. Trata-se de falsidades maliciosas, criadas para difamar as FDI, o exército mais moral do mundo”, diz o comunicado publicado na plataforma X (antigo Twitter).

A nota afirma ainda que as FDI operam sob condições difíceis contra um “inimigo terrorista que atua a partir da população civil e se esconde entre ela”, transformando civis em escudos humanos e disseminando desinformação sistematicamente para minar a legitimidade de Israel no cenário internacional.

“Os soldados das FDI recebem ordens claras para evitar ferir inocentes – e atuam de acordo com essas diretrizes”, acrescenta o comunicado.

Israel retomou os ataques à Faixa de Gaza em 18 de março, alegando que o movimento palestino Hamas se recusou a aceitar o plano dos Estados Unidos para libertação dos reféns e a prorrogação do cessar-fogo, que expirou em 1º de março.

Em maio, o Gabinete de Segurança de Israel aprovou a retomada das entregas de ajuda humanitária ao sul de Gaza sob controle militar israelense. A distribuição da ajuda ocorre por meio da Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), apoiada por Israel e pelos Estados Unidos. Na terça-feira, o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) informou que, desde 27 de maio, quando a GHF começou a operar no enclave, ao menos 410 pessoas foram mortas enquanto tentavam receber ajuda nos centros de distribuição.

FOTO: Unrwa

FONTE: https://www.brasil247.com/mundo/genocidio-comandantes-militares-israelenses-ordenaram-disparos-contra-palestinos-em-gaza-que-aguardavam-ajuda-humanitaria