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Gleisi acelera agenda à esquerda para atrair classe média a Lula

Na próxima semana, Gleisi enfrenta um teste de fogo: encaminhar ao Congresso projeto de lei que beneficia a classe média, novo foco político econômico eleitoral.

A nova ministra da Secretaria de Articulação Institucional, deputada Gleisi Hoffmann(PT-PR), mete o pé no acelerador político para colocar em marcha agenda lulista progressista desenvolvimentista 2025-2026.

Combina com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apressar envio do projeto de lei que isenta de pagamento de imposto de renda salário até R$ 5 mil.

Trata-se de iniciativa que distribui a renda, ao elevar o poder de compra da classe média.

Aumenta o rendimento, o consumo, a produção, a arrecadação e os investimentos.

Gleisi mudou a agenda do titular da Fazenda, que estava desgastando politicamente o governo por ter se tornado prisioneiro da dialética fiscalista que não produz notícia positiva para a sociedade.

Geisy coloca em marcha outra dialética da informação política: prioriza a pauta social que desata informações positivas sobre melhor distribuição da renda.

O Congresso, diante da articulação de Gleisi com Haddad, é forçado, também, a mudar sua pauta.

Em vez de se desgastar na luta por distribuição de verbas parlamentares, que só piora a imagem do Congresso diante da sociedade, os congressistas tendem a se render à pauta política da distribuição de renda.

Desta pauta, certamente, derivará assuntos politicamente correlatos: cobrar imposto sobre lucros e dividendos dos mais ricos para distribuir para os mais pobres em forma de aumento do orçamento dos programas sociais, Bolsa Família, BPC, seguro desemprego etc.

Muda o discurso político.

Gleicy coloca em pauta a distribuição da renda com pegada eleitoral.

Com Gleisi o mundo político entra na sucessão de 2026.

Ganha essa corrida quem tiver proposta que atraia eleitores.

Isentar a classe média da carga tributária, elevando seu poder de compra, mobiliza o Congresso como um todo.

Quem vai votar contra a medida?

A política econômica se volta para o social para ganhar eleição de 2026.

REVERSÃO DO DISCURSO FISCAL NEOLIBERAL

Prisioneiro do arcabouço fiscal que o jogou na armadilha neoliberal do déficit zero, com promessas de alcançar superávit fiscal, esfriando, consequentemente, a economia, para atender a Faria Lima, o ministro Haddad muda de rumo.

Trata-se de agora em diante apresentar medidas que popularizem o presidente Lula.

A palavra de ordem de Gleisi é reverter o prejuízo apresentado pelas pesquisas de opinião nos últimos quarenta dias.

Elas rebaixaram a popularidade presidencial, por conta da inflação de alimentos, e sinalizam derrota eleitoral, se não forem revertidas.

A classe média  vira o alvo do presidente Lula: ele passa a apostar na classe média, empenhando-se nas medidas que reduzem o custo tributário dela por intermédio de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.

É a economia entrando na disputa eleitoral pelo interesse da classe média.

Quem, no Congresso, for contra a medida se candidata à derrota eleitoral.

Esquerda, centro, direita, ultra direita, ultra esquerda, fascistas e nazistas, como progressistas, não votarão contra a proposta que beneficia a base social da economia, a classe média.

A ministra Gleisi se articula com a força da classe média e atrai para essa cruzada o ministro da Fazenda, candidato ao desgaste político, caso predomine no universo midiático o discurso favorável ao ajuste fiscal neoliberal.

Gleisi, portanto, pauta o debate político.

Prisioneiro da armadilha neoliberal, o governo perde classe média e caminha para a derrota eleitoral.

Na próxima semana, Gleisi enfrenta um teste de fogo: encaminhar ao Congresso projeto de lei que beneficia a classe média, novo foco político econômico eleitoral.

Foto: Diogo Zacarias/MF

FONTE: https://www.brasil247.com/blog/gleisi-acelera-agenda-a-esquerda-para-atrair-classe-media-a-lula