Marcha convocada nas redes sociais degenera em confronto e expõe estratégias típicas de guerra híbrida.
247 – A marcha da chamada Geração Z realizada neste sábado (15), na Cidade do México, terminou em forte tensão quando um grupo de jovens tentou avançar em direção ao Palácio Nacional, sede do Poder Executivo. Vídeos publicados nas redes sociais mostram manifestantes derrubando barreiras, utilizando capuzes e máscaras e lançando pedras contra agentes públicos.
De acordo com informações do RT Brasil, as cenas transmitidas ao vivo exibiram o momento em que uma das barreiras de segurança foi rompida, provocando reação imediata das forças policiais, que utilizaram gás lacrimogêneo para impedir que os manifestantes alcançassem a entrada principal do histórico edifício.
Confronto e reivindicações contra o governo
A manifestação foi convocada pela internet com pautas que incluíam mais segurança, combate à corrupção, reformas no sistema judiciário e maior transparência. O assassinato do prefeito de Uruapan, Carlos Manzo, foi transformado em símbolo de mobilização pelos organizadores digitais.
Entre as palavras de ordem destacaram-se pedidos de “revogação de mandato de Sheinbaum” e mudanças estruturais no Judiciário, temas que já vinham sendo amplificados nas redes sociais ao longo das semanas anteriores.
O uso das redes sociais e o contexto de guerra híbrida
O episódio deste sábado também reacendeu o debate sobre estratégias de guerra híbrida, conceito que ganhou centralidade nos últimos anos para descrever operações políticas que combinam elementos tradicionais e não convencionais, especialmente no ambiente digital.
O que é guerra híbrida?
Em termos gerais, guerra híbrida é a combinação de táticas convencionais — como pressões políticas, diplomáticas e econômicas — com métodos não convencionais, incluindo:
- manipulação de redes sociais
- desinformação orquestrada
- mobilizações rápidas e descentralizadas
- exploração de crises internas para gerar instabilidade política
- uso de símbolos sensíveis para catalisar indignação
O objetivo central dessas táticas é criar ambiente de desgaste institucional, amplificação de tensões e erosão da confiança pública. A digitalização da política, acelerada entre jovens, torna esse tipo de ambiente mais suscetível a convocatórias massivas, viralização de narrativas e choque direto com autoridades — como observado no México.
No caso da marcha da Geração Z, a convocação intensa pelas plataformas digitais, a adoção de símbolos de indignação e a rápida escalada para confronto físico exemplificam dinâmicas frequentemente associadas às lógicas híbridas de mobilização.
Forças de segurança reforçam barreiras diante do Palácio Nacional
As forças policiais mexicanas reforçaram o perímetro do Palácio Nacional após o rompimento das primeiras barreiras. Agentes da Polícia Federal e da corporação da Cidade do México avançaram com escudos, bombas de gás lacrimogêneo e formação tática para empurrar os grupos mais agressivos de volta à praça.
Os vídeos mostram jovens encapuzados utilizando força física para derrubar as cercas, enquanto a polícia atua para retomar o controle do entorno.
FOTO: @Claudiashein/Fotos Públicas
FONTE: https://www.brasil247.com/americalatina/guerra-hibrida-geracao-z-tenta-invadir-palacio-nacional-no-mexico-em-protesto-contra-claudia-sheinbaum#google_vignette