Nos últimos dias, a capital ucraniana, Kiev, foi alvo de um dos maiores e mais violentos ataques russos desde o início da guerra. Uma série de bombardeios com drones e mísseis transformou a cidade em cenário de caos, destruição e luto, com centenas de alvos lançados contra áreas civis, causando mortes, feridos e danos materiais graves.
Ataques coordenados e intensos
O ataque começou na noite de sexta-feira (23) e prosseguiu nas primeiras horas de sábado (24), com explosões e tiros de metralhadora ouvidos em diversos pontos da cidade. Segundo autoridades ucranianas, a Rússia lançou ao menos 14 mísseis balísticos e 250 drones Shahed, além de outros projéteis, em uma ofensiva considerada uma das maiores contra a capital desde o início do conflito.
A Força Aérea Ucraniana afirmou ter interceptado e destruído uma parte significativa desses alvos, mas os ataques que conseguiram passar pelas defesas deixaram um rastro de destruição em vários distritos de Kiev. Moradores relataram sirenes de ataque aéreo soando por mais de sete horas, enquanto muitos buscavam abrigo em estações de metrô.
Destruição, mortes e feridos
Os impactos dos bombardeios foram devastadores. Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, mais de 80 edifícios residenciais foram atingidos e 27 incêndios foram registrados apenas no primeiro dia do ataque. O número de mortos varia conforme as fontes, mas autoridades confirmaram pelo menos quatro mortes apenas na região da capital durante o primeiro ataque, com relatos de outros incidentes fatais ao longo dos dois dias. Em outro ataque recente, pelo menos oito pessoas morreram e mais de 70 ficaram feridas, incluindo crianças.
Equipes de resgate trabalharam incessantemente para retirar pessoas dos escombros de prédios destruídos. Em alguns casos, moradores ficaram presos sob destroços, enquanto bombeiros combatiam incêndios em vários pontos da cidade.
Danos materiais e psicológicos
O distrito de Obolon foi um dos mais atingidos, com prédios residenciais severamente danificados, varandas destruídas e vidros estilhaçados pelas explosões. Moradores relataram cenas de desespero e medo, com famílias inteiras abrigadas em porões e estações de metrô. Além dos danos físicos, a população enfrenta o trauma psicológico de viver sob constante ameaça de ataques aéreos.
Escolas, universidades e instituições públicas também foram alvo dos bombardeios. Dormitórios do departamento de História da Universidade de Kiev foram atingidos, colocando a vida de estudantes em risco.
Reações e apelos internacionais
O presidente Volodymyr Zelensky condenou os ataques, classificando-os como “ataques terroristas” e pediu à comunidade internacional que aumente as sanções contra a Rússia. Zelensky destacou que os ataques deliberados a prédios residenciais comuns e a infraestrutura civil são inaceitáveis e exigem uma resposta firme do mundo.
Autoridades ucranianas também reforçaram o pedido por mais sistemas de defesa aérea, argumentando que a ajuda internacional é fundamental para proteger a população civil dos constantes ataques russos.
Troca de prisioneiros em meio ao caos
Paradoxalmente, os ataques ocorreram horas após uma grande troca de prisioneiros entre Rússia e Ucrânia, com centenas de soldados e civis libertados por ambos os lados. O presidente Zelensky afirmou que a Ucrânia continuará trabalhando para resgatar todos os seus cidadãos, mesmo em meio ao caos dos bombardeios.
Conclusão
Os dois dias de ataques massivos da Rússia em Kiev deixaram a cidade em luto, com dezenas de mortos, centenas de feridos e um cenário de destruição generalizada. A população civil, já exausta após anos de guerra, enfrenta agora um dos períodos mais violentos do conflito, enquanto o mundo acompanha com atenção a escalada de violência e os apelos por paz e justiça.
FOTO: dsns.gov.ua
FONTE: Agência de Notícias ABJ – Associação Brasileira dos Jornalistas
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