O presidente defendeu o Brasil e se mostrou aberto ao diálogo com o chefe da Casa Branca.
247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância da soberania brasileira e disse nesta quinta-feira (9) que o presidente norte-americano, Donald Trump, “resolveu gritar contra o Brasil”.
“Os vira-latas pediram para eu baixar a cabeça, mas não baixei a cabeça. Ele disse que pintou uma química entre nós, e pintou mesmo”, disse Lula durante evento na Bahia.
Em 30 de julho, Trump assinou um decreto que impôs uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras para os Estados Unidos. O motivo para a decisão foi o inquérito da trama golpista contra Jair Bolsonaro (PL). O aliado do presidente norte-americano foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal brasileiro a 27 anos de prisão. Outros sete réus foram condenados.
Além da guerra comercial contra o Brasil, o governo Trump suspendeu vistos de ministros do STF para os EUA.
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No último dia 6, os presidentes Lula e Donald Trump convesaram por telefone e o presidente norte-americano falou que visitará o Brasil – ainda não há data definida para que o chefe da Casa Branca venha ao país.
Em 23 de setembro, o presidente dos EUA havia dito que ocorreu uma “química excelente” entre ele e o presidente Lula. Na ocasião, os dois políticos participaram da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York (EUA).
‘Brasil Soberano’
Em 13 de agosto, o governo Lula anunciou o Plano Brasil Soberano após a taxação de Trump. A resposta aos EUA garante R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) para crédito com taxas acessíveis, com ampliação das linhas de financiamento às exportações.
A proposta prorroga a suspensão de tributos para empresas exportadoras; aumento do percentual de restituição de tributos federais via Reintegra; e facilitação da compra de gêneros alimentícios por órgãos públicos.
De acordo com o governo federal, o plano foi dividido em três eixos – fortalecimento do setor produtivo, proteção para a classe trabalhadora, e diplomacia comercial e multilateralismo.
Magnitsky e Alexandre de Moraes
Aprovada em 2012, a legislação norte-americana foi criada inicialmente para punir autoridades ligadas à morte do advogado russo Sergei Magnitsky, ocorrida em 2009 em uma prisão de Moscou. Em 2016, seu escopo foi ampliado, permitindo aos Estados Unidos aplicar sanções contra pessoas e organizações suspeitas de corrupção ou de violações de direitos humanos, mesmo sem decisão judicial prévia.
Os EUA não apenas colocaram uma tarifa de 50% e suspenderam vistos de magistrados, como também anunciaram medidas específicas contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do inquérito da trama golpista na Corte.
As sanções incluem o congelamento de possíveis ativos financeiros em território norte-americano. Bancos dos Estados Unidos são obrigados a notificar o Office of Foreign Assets Control (OFAC) caso identifiquem valores vinculados ao magistrado, que também fica impedido de movimentar recursos ou realizar operações financeiras no país.
De acordo com pessoas próximas, Moraes minimizou a decisão e afirmou que a medida “não vai mudar nada”, já que não possui contas, investimentos ou patrimônio sob jurisdição norte-americana.
Foto: Ricardo Stuckert/PR
FONTE: https://www.brasil247.com/brasil-soberano/lula-cita-donald-trump-vira-latas-pediram-para-eu-baixar-a-cabeca-mas-nao-baixei