Presidentes e primeiros-ministros da União Europeia buscam fortalecer coordenação com os EUA após reunião sem avanços entre Trump e Putin no Alasca.
247 – O presidente francês, Emmanuel Macron, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, estarão nesta segunda-feira (18) em Washington, acompanhando o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em um encontro decisivo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A informação foi divulgada neste domingo (17) pelo jornal francês Le Monde.
Segundo o comunicado do Palácio do Eliseu, Macron viajará aos Estados Unidos “para apoiar Zelensky e prosseguir o trabalho de coordenação entre europeus e americanos com o objetivo de alcançar uma paz justa e duradoura, que preserve os interesses vitais da Ucrânia e a segurança da Europa”.
Reforço europeu ao lado da Ucrânia
A presença de Ursula von der Leyen também foi confirmada. Em declaração feita no X (antigo Twitter), a presidente da Comissão Europeia destacou: “A pedido do presidente Zelensky, participarei amanhã da reunião com o presidente Trump e outros líderes europeus na Casa Branca”.
Além de Macron e von der Leyen, o chanceler alemão, Friedrich Merz, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, o presidente da Finlândia, Alexander Stubb, e o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, também confirmaram presença em Washington.
O movimento ocorre em um momento de grande tensão diplomática, após a reunião entre Trump e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, realizada na última sexta-feira (15) no Alasca, que terminou sem acordo de cessar-fogo.
A frente diplomática europeia
Neste domingo, antes da viagem a Washington, Zelensky participou em Bruxelas de uma videoconferência com os líderes da chamada “coalizão dos voluntários”, formada por 31 países aliados de Kiev, incluindo França, Alemanha, Reino Unido, países nórdicos e bálticos, além de Turquia e Canadá.
Segundo diplomatas, as discussões se concentraram em garantias de segurança a Kiev e nos possíveis contornos de um futuro acordo de paz. Le Monde destacou que Washington teria proposto oferecer à Ucrânia garantias semelhantes às da OTAN, porém sem adesão formal à aliança militar.
Em comunicado conjunto, líderes nórdicos e bálticos reforçaram que “a experiência mostrou que não se pode confiar em Vladimir Putin” e denunciaram que “a agressão e as ambições imperialistas da Rússia são as causas profundas desta guerra”.
Intensificação dos combates
Enquanto as tratativas diplomáticas se intensificam, o conflito segue violento no campo de batalha. Na noite de sábado para domingo, a Ucrânia lançou 46 drones contra a Rússia, resultando na morte de um civil na região de Kursk, segundo autoridades locais.
Em contrapartida, Moscou disparou 60 drones Shahed e um míssil Iskander-M contra o território ucraniano. As forças de defesa de Kiev afirmaram ter interceptado a maior parte dos drones, mas confirmaram ataques nas regiões de Donetsk, Zaporíjia e Kherson.
A administração militar de Donetsk relatou ainda que cinco pessoas morreram em bombardeios russos no sábado (16). No mesmo período, o Estado-Maior ucraniano contabilizou 148 confrontos diretos entre tropas russas e ucranianas.
Paz em debate na Casa Branca
A reunião desta segunda-feira na Casa Branca pode se tornar um marco na tentativa de aproximação entre Estados Unidos, Europa e Ucrânia.
Trump, segundo agências internacionais como Reuters e AFP, teria considerado uma proposta russa para assumir o controle total do Donbass e congelar o front em Kherson e Zaporíjia. Zelensky, no entanto, rejeitou qualquer concessão territorial: “Vemos que a Rússia rejeita repetidamente os apelos ao cessar-fogo e ainda não decidiu quando vai parar de matar. Isso complica a situação”, afirmou o presidente ucraniano.
O encontro em Washington mostrará se europeus e norte-americanos conseguirão construir uma posição comum diante de Moscou, ou se as negociações seguirão fragmentadas.
FOTO: Kremlin.ru
FONTE: https://www.brasil247.com/mundo/macron-ursula-von-der-leyen-e-lideres-europeus-vao-a-washington-apoiar-zelensky-em-encontro-com-trump