Deputado afirma que manifestações deste domingo não mudam debate sobre redução de pena dos condenados por golpe de Estado.
247 – As manifestações convocadas por partidos de esquerda e movimentos sociais no último domingo (21/9) não devem influenciar o futuro dos condenados por tentativa de golpe de Estado. A declaração é do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), relator da proposta em análise na Câmara dos Deputados.
“Também sou contra a anistia. Não estamos mais discutindo anistia. É isso. Ou seja, nós não estamos mais tratando de anistia, nós estamos tratando de dosimetria, redução de penas. E aí quem vai decidir se reduz ou não é o Supremo Tribunal Federal. Nós vamos só fazer a lei”, afirmou Paulinho da Força em entrevista ao Metrópoles.
Articulação política e diálogo com o STF
Nos últimos dias, o parlamentar intensificou diálogos com lideranças políticas e jurídicas. Entre eles, o ex-presidente Michel Temer (MDB), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
A escolha de Paulinho para a relatoria se deu justamente por sua capacidade de interlocução com diferentes campos, do Centrão à esquerda, setor mais resistente a qualquer medida que possa beneficiar os condenados.
Manifestações contra anistia e a PEC da Blindagem
As mobilizações de domingo tiveram dois focos principais: a rejeição à anistia e o repúdio à PEC da Blindagem, que dificulta investigações e processos contra deputados e senadores.
Apesar da pressão das ruas, Paulinho da Força sustentou que a discussão está restrita à revisão das penas.
Embate no Congresso e pressões cruzadas
Os projetos caminham juntos na Câmara em meio a forte articulação política. O Centrão, grande apoiador da PEC da Blindagem, cobra contrapartidas tanto da direita quanto da esquerda.
Entre os bolsonaristas, a prioridade é impedir a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a mais de 27 anos pelo STF por tentativa de golpe de Estado e organização criminosa. Como alternativa, setores da direita articulam a possibilidade de prisão domiciliar.
Foto: José Cruz/Agência Brasil
FONTE: https://www.brasil247.com/brasil/nao-tratamos-mais-de-anistia-diz-paulinho-da-forca-apos-protestos-populares