A trégua não é o fim, mas a continuação de um longo percurso de reconstrução e de luta pela justiça, a paz e a libertação nacional palestina.
O cessar-fogo iniciado nesta quinta-feira (9) é sem dúvidas uma primeira vitória do povo palestino desde que se intensificou o genocídio perpetrado pelo regime sionista a partir de outubro de 2023. Mas a verdadeira batalha pela justiça, liberdade e autodeterminação dos palestinos ainda está inconclusa. A resistência incansável, a luta heroica do povo de Gaza e a vitória alcançada constituem um marco histórico na busca por um futuro livre de genocídio e de ocupação colonialista..
Por José Reinaldo Carvalho
Em um contexto de sofrimento inaudito e destruição incessante, o anúncio do acordo de cessar-fogo entre as forças palestinas e o regime de ocupação israelense ressoou como um sinal de que a luta pela libertação nacional avança e desperta esperanças de vitória. A trégua simboliza o valor da resistência, porque, malgrado as imensas perdas, essa resistência feriu a agressiva e criminosa máquina de guerra sionista, implacável e brutal, que proclamou o objetivo de exterminar as forças políticas e militares que conduziram a luta em Gaza durante os últimos 735 dias.
O acordo que entra em vigor não é o fim, mas o início de um longo caminho de reconstrução e de luta pela justiça, a paz e a libertação nacional palestina.
É preciso enfatizar: a trégua resulta de uma resistência incansável, heróica, do martírio das inúmeras vidas perdidas, dos feridos e dos prisioneiros que, ao longo dos dias mais sombrios, fizeram sacrifícios ciclópicos. Os mártires, heróis que entregaram suas vidas, e as milhares de famílias afetadas pelas perdas, agora têm um símbolo de sua luta inquebrantável: o primeiro sinal de que a ocupação, apesar de sua brutalidade, não será capaz de destruir o ânimo e a força do povo palestino.
Este povo heróico tornou-se uma fonte de inspiração para o mundo. Sua resistência, a força com que se opõe aos crimes e à destruição imposta pela ocupação, é incomparável. Em meio a massacres, privação de recursos essenciais e a constante ameaça de morte, o povo palestino não apenas sobreviveu, mas demonstrou uma tenacidade extraordinária. A ocupação sionista, que visava a destruir esse espírito, fracassou. Não conseguiu cumprir seus objetivos. O que se viu, em vez disso, foi a derrota política e moral, o isolamento internacional, que expuseram ao mundo a verdadeira face hedionda da agressão israelense e de sua política colonialista e expansionista.
Agora, obtida a trégua, a eficácia do acordo depende do cumprimento rigoroso das condições pactuadas, e acima de tudo das garantias de que a ocupação de Gaza pelo exército de Tel Aviv chegue ao fim.
Em perspectiva, a luta pelo fim da ocupação sionista da Palestina permanece como o objetivo estratégico das forças políticas e militares locais, até que a Palestina se torne plenamente livre, no âmbito de seu Estado nacional soberano. A chave para a vitória são a resistência, a luta e a unidade palestina.
A solidariedade internacional
Mais do que nunca, a humanidade está ao lado da Palestina. As manifestações de solidariedade por todo o mundo são a prova de que o direito à paz, à justiça e à libertação nacional é incontestável. O movimento mundial contra a ocupação israelense deve continuar, mesmo após o cessar-fogo, até que cesse a ocupação colonialista e a Palestina se torne definitivamente livre.
A causa palestina tornou-se universal, uma causa de toda a humanidade. A luta do povo palestino tornou-se uma poderosa força contra a opressão engendradas pelo sionismo e o imperialismo.
Foto: divulgação
FONTE: https://www.brasil247.com/blog/o-cessar-fogo-e-uma-vitoria-preliminar-do-heroico-povo-palestino