Presidente do PCO afirma que o golpe sofrido por Israel é inédito e não deve ser subestimado.
247 – O presidente do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, afirmou que o recente conflito entre Irã e Israel representa uma derrota contundente para o regime sionista e marca um ponto de virada na geopolítica internacional. A declaração foi dada durante entrevista concedida à TV 247. Para Rui, o fracasso da ofensiva israelense evidencia os limites do poder imperialista em um cenário de crescente multipolaridade.
“Foi um fracasso. Não é que tenha acabado ou encerrado o conflito, mas mostrou que, por esse caminho, vai ser muito difícil para o imperialismo avançar. E isso é algo muito positivo”, afirmou o dirigente. Segundo ele, se o Irã tivesse recuado ou capitulado, os próximos alvos seriam a Rússia e, depois, a China. “Esse é o programa do imperialismo: Irã, Rússia e China. Felizmente, os iranianos frearam temporariamente essa contraofensiva”, avaliou.
O Irã como pilar da resistência
Para Rui, o Irã cumpre hoje um papel central na contenção do avanço imperialista. “Eles vão tentar desestabilizar o regime por dentro, com uma guerra híbrida. Mas o bloqueio econômico já não tem o mesmo efeito, porque o Irã está em plena atividade comercial com a China e a Rússia. Está vendendo petróleo, está se sustentando”.
Ele destaca o caráter popular do regime iraniano: “O pessoal fala que é uma ditadura, mas esse é um regime popular. É a versão iraniana de um nacionalismo ao estilo de Getúlio Vargas, só que deu certo. Para enfrentar o imperialismo, vão ter que aprofundar as reformas sociais que já existem. Tem muita assistência social no Irã. Vão consolidar a base do regime”.
Segundo o presidente do PCO, a tentativa de desestabilização enfrentará obstáculos: “Se você não tem supremacia militar e nem forças armadas subservientes, é muito difícil derrubar um regime como esse”.
Multipolaridade e BRICS no centro do tabuleiro
A vitória iraniana, segundo Rui, insere-se no contexto de afirmação da nova ordem multipolar. Questionado sobre as perspectivas da cúpula dos BRICS marcada para acontecer no Rio de Janeiro, o dirigente foi direto: “A ausência de Putin e Xi Jinping é uma censura à política do governo brasileiro. O Putin não pode vir porque o Lula não tem condições e, na minha opinião, nem vontade política de dizer: ‘Ele vai vir e acabou, ninguém vai prender o cidadão aqui’”.
Rui Costa Pimenta também fez uma crítica direta à situação do Brasil no contexto global. “O Brasil não sofre embargo, mas é profundamente dominado pelo imperialismo. No caso brasileiro, o problema está aqui dentro, não nos BRICS”.
A entrevista é uma análise contundente da atual correlação de forças no mundo, colocando o Irã como peça-chave na contenção do avanço imperial e apontando os BRICS como uma alternativa concreta à ordem unipolar liderada pelos Estados Unidos. A fala de Rui Costa Pimenta evidencia a importância da resistência soberana frente aos mecanismos de coerção econômica e militar promovidos pelas potências ocidentais. Assista:
Foto: Brasil 247
FONTE: https://www.brasil247.com/entrevistas/o-ira-claramente-derrotou-israel-diz-rui-costa-pimenta