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O maior adversário de Lula em 2026

Ele é o campeão em agradecer com a toga.

Nunca antes na história do STF um ministro agradeceu tanto com a toga ao presidente que o nomeou.

A lista de alinhamentos é extensa.

Ele suspendeu, por exemplo, a decisão do plenário do STF que cassou o deputado Fernando Francischini por disseminar desinformação sobre fraude nas urnas eletrônicas, a principal bandeira de Bolsonaro em 2022.

Foi o único dos 11 ministros do STF pela absolvição do deputado Daniel Silveira, que incitou o linchamento do presidente do TSE e seu colega de STF, Alexandre de Moraes, o maior inimigo de Bolsonaro.

Votou para barrar a reeleição de Rodrigo Maia à presidência da Câmara dos Deputados, outro inimigo declarado do então presidente da República. Mas votou a favor da reeleição do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, aliado de seu patrono.

Durante a pandemia, deu um show de subserviência.

Votou a favor da liberação de cultos, atendendo aos apelos das lideranças evangélicas, o grande eleitorado de Bolsonaro.

Decidiu que os estados não poderiam decidir sobre obrigatoriedade de vacinação, só o governo federal. E quem estava no governo era quem o nomeou.

Foi o ministro que tomou mais decisões contra a CPI da Covid, para a qual Bolsonaro foi responsável por milhares de vítimas em razão de seu comportamento anti-ciência.

Em outra seara de interesse de outro grupo de apoiadores de Bolsonaro, o agro-business, votou a favor do marco temporal das terras indígenas.

Em 30 de junho de 2023, foi voto vencido contra a inelegibilidade de Bolsonaro, quando a maioria já estava formada.

Neste 2024, a 10 de maio, rejeitou um habeas corpus a favor de Bolsonaro, o que, à primeira vista, soa como uma decisão contra seu mentor. Mas não. Ele o rejeitou porque o pedido não veio da defesa de Bolsonaro, portanto não era de seu interesse.

Este é o currículo de Kássio Nunes Marques desde 5 de novembro de 2020 quando passou a ocupar uma das cadeiras do STF.

Atual vice-presidente, ele será presidente do TSE a partir de junho de 2026, em meio à campanha em que Lula provavelmente irá tentar a reeleição.

Como já vimos na eleição anterior, o presidente do TSE é muito poderoso. Não foi o plenário, mas o então presidente, Alexandre de Moraes, quem segurou o touro à unha, quem se opôs a todas as investidas de Bolsonaro e seus aliados, e garantiu as eleições e a posse do vencedor.

O histórico sugere que Nunes Marques ficará a favor de Bolsonaro e contra Lula, seu arqui-inimigo, em casos de litígio,  já provou inúmeras vezes que não tem o menor problema em nadar contra a corrente para proteger aquele que lhe deu um reluzente posto vitalício com o qual jamais sonhou.

Na presidência do TSE, Nunes Marques fará tudo o que seu mestre mandar.

Vai chefiar o tribunal não sob a espada de Dâmocles, mas de Bolsonaro.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

FONTE: https://www.brasil247.com/blog/o-maior-adversario-de-lula-em-2026-ghb0m3sa