Como a ultradireita americana, bilionários e think tanks transnacionais vem desestabilizando o Brasil nos bastidores.
Uma engrenagem invisível — forjada no coração da extrema-direita americana — avança, implacável, contra a soberania do Brasil. O Project 2025 não é apenas um plano de governo dos EUA. É uma plataforma transnacional de guerra híbrida, articulada por think tanks, bilionários e operadores políticos que transformaram o Brasil em campo de batalha geopolítico.
INTRODUÇÃO
Desde janeiro de 2025, a política externa dos Estados Unidos deixou de ser apenas uma questão de Estado para se transformar em uma verdadeira operação de guerra híbrida, dirigida diretamente por uma coalizão de think tanks ultraconservadores, bilionários do Vale do Silício e operadores políticos vinculados à extrema-direita americana. No centro dessa engrenagem está o Project 2025 — um plano de engenharia política, econômica e institucional gestado pela Heritage Foundation e seus aliados, cujo objetivo central é destruir as bases do Estado democrático moderno, tanto nos EUA quanto em países do Sul Global, como o Brasil.
Ao contrário do que sugerem as análises convencionais, a crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos em 2025 não é um mero desentendimento entre chefes de Estado ou uma disputa tarifária isolada. Trata-se da manifestação visível de uma estratégia muito mais profunda e coordenada, que visa impor à América Latina um novo ciclo de subordinação, por meio de instrumentos de coerção econômica, sabotagem institucional e guerra cultural em larga escala.
A partir da posse de Donald Trump em janeiro, as diretrizes do Project 2025 começaram a ser executadas com precisão cirúrgica. A dissolução da USAID, um dos principais braços de cooperação e influência dos EUA na América Latina, não foi um ato de austeridade ou de reconfiguração diplomática: foi um movimento calculado para desarticular redes de solidariedade, sufocar ONGs progressistas e abrir caminho para uma agenda ultraliberal predatória, comandada por interesses privados. Elon Musk, através do Department of Government Efficiency (DOGE), foi designado como operador executivo dessa missão, tornando a guerra híbrida contra o Brasil um projeto de gestão tecnocrática de dominação.
Simultaneamente, o governo Trump impôs ao Brasil tarifas de até 50% sobre produtos estratégicos como carne bovina, suco de laranja e aeronaves, usando o caso Bolsonaro como pretexto para uma retaliação política que extrapola os limites do comércio. Essa estratégia, inspirada na doutrina de coerção geoeconômica delineada no Project 2025, tem um objetivo claro: desestabilizar a governabilidade do governo Lula, forçar o Brasil a retroceder em sua política externa soberanista e inviabilizar qualquer projeto de autonomia regional, como BRICS e CELAC.
Como analisa José Luís Fiori, o imperialismo contemporâneo opera não apenas pela força militar, mas, sobretudo, pela destruição das condições internas de desenvolvimento dos Estados periféricos. Essa destruição ocorre através de mecanismos econômicos, financeiros e institucionais que submetem os Estados nacionais à lógica das potências centrais. O Project 2025 é a manifestação mais recente desse processo, articulando coerção econômica e sabotagem institucional como formas de dominação estratégica.
Por trás desses movimentos está uma constelação de atores que permanecem invisíveis aos olhos da opinião pública: Russell Vought, Paul Dans, Stephen Miller, John McEntee, Michael Anton, Peter Thiel, Rebekah Mercer, Charles Koch, entre outros. São eles, articulados em torno de fundações como a Heritage Foundation, Federalist Society, Atlas Network, e super PACs como Club for Growth e Save America PAC, que orquestram os ataques à soberania brasileira, utilizando recursos privados e influência política para moldar decisões de Estado.
Este artigo tem como objetivo desnudar essa engrenagem de poder invisível. Vamos expor, de forma meticulosa e fundamentada, quem são os arquitetos dessa ofensiva contra o Brasil, quais são seus interesses estratégicos e como a crise atual é, na verdade, o capítulo mais recente de uma guerra silenciosa pela desestabilização do Sul Global. Uma guerra que não se trava apenas com armas, mas com tarifas, cortes de assistência, operações psicológicas e controle informacional.
É hora de desnudar o inimigo invisível.
O QUE É O PROJECT 2025?
O Project 2025 não é um mero plano de governo ou um documento técnico de transição. Ele é a arquitetura política de uma ofensiva global, desenhada para desmontar o Estado democrático moderno e substituir suas engrenagens por um aparato de poder centralizado, ideologicamente alinhado ao trumpismo e à lógica corporativa transnacional. Elaborado pela Heritage Foundation, em parceria com mais de 100 organizações conservadoras, o Project 2025 se consolidou no documento “Mandate for Leadership”, um manual com mais de 900 páginas que funciona como roteiro estratégico para a destruição do chamado “deep state” e a captura total do aparato estatal pelos interesses da extrema-direita americana.
No coração do Project 2025 está a defesa da teoria do executivo unitário, que atribui ao presidente o controle absoluto sobre todo o governo federal, eliminando a autonomia de agências reguladoras, órgãos técnicos e até mesmo do Judiciário. Mas o projeto vai além da centralização formal do poder. Ele propõe a substituição de até 50.000 servidores públicos de carreira por nomeações políticas, por meio da reclassificação Schedule F, criando uma burocracia leal à agenda MAGA e às fundações ultraconservadoras, desfigurando a noção de serviço público e profissionalismo estatal.
A execução desse plano é liderada por figuras centrais do trumpismo: Russell Vought, ex-diretor do Office of Management and Budget (OMB), que atua como arquiteto do desmonte orçamentário; Paul Dans, responsável por operacionalizar a substituição massiva de servidores; Stephen Miller, mentor das políticas migratórias de linha dura; John McEntee, especialista em purgas ideológicas no funcionalismo público; e Michael Anton, ideólogo da política externa do trumpismo, defensor da “eleição do voo 93”, que prega uma visão de guerra total contra o que denomina de “inimigos internos e externos” da civilização ocidental.
O Project 2025 não é apenas um programa interno. Ele é uma plataforma de exportação de poder, que transforma o Estado americano em uma máquina de guerra híbrida contra qualquer projeto de soberania popular, especialmente nos países do Sul Global. O desmonte da USAID (United States Agency for International Development), iniciado no dia 20 de janeiro de 2025, é um exemplo emblemático dessa estratégia. A narrativa oficial falava em eficiência e contenção de gastos, mas, na realidade, tratava-se de um ataque deliberado às redes de solidariedade internacional, com o objetivo de desarticular ONGs, sufocar movimentos sociais e desestabilizar projetos de desenvolvimento em países considerados “hostis” à agenda neoliberal extremada do trumpismo.
O que muitos ignoram é que a própria USAID sempre foi um braço operacional da guerra híbrida e das operações psicológicas dos Estados Unidos, desde sua criação em 1961. Sob o discurso de “cooperação internacional” e “ajuda ao desenvolvimento”, a USAID atuou historicamente como uma ferramenta de intervenção nos assuntos internos dos países do Sul Global, financiando ONGs, think tanks e projetos que, muitas vezes, serviram de fachada para a infiltração de agendas políticas alinhadas aos interesses de Washington. Seja através do apoio velado a movimentos opositores a governos progressistas, seja pela imposição de condicionantes econômicos e institucionais camuflados em programas de “assistência técnica”, a agência sempre desempenhou um papel central na manutenção da dependência estrutural dos países periféricos.
O desmonte da USAID, portanto, não significou o fim dessas operações, mas sim uma reconfiguração da estrutura de controle, transferindo suas funções para redes privadas de influência ligadas ao Vale do Silício, aos think tanks ultraconservadores e às corporações financeiras que orbitam o Project 2025. Trata-se de uma mudança tática: o que antes era operado sob a legitimidade do “soft power institucional” agora passa a ser conduzido de forma direta e privatizada, sob o comando de bilionários como Elon Musk e Peter Thiel, que utilizam suas empresas e fundações como instrumentos de guerra híbrida, com ainda menos transparência e controle público.
Essa transição não representa uma ruptura, mas sim a radicalização de um mecanismo histórico de dominação, onde a “ajuda” é apenas a máscara para a subordinação econômica, política e informacional dos países do Sul Global. O Brasil, por sua dimensão e importância estratégica, tornou-se o campo de prova mais avançado dessa nova fase, onde a guerra híbrida já não se esconde sob discursos diplomáticos, mas se apresenta como política oficial do imperialismo digital do século XXI.
Para operacionalizar esse desmonte, Trump delegou ao bilionário Elon Musk, hoje fora do governo, a criação do Department of Government Efficiency (DOGE), uma estrutura que funciona como braço tecnocrático do Project 2025. Musk, personificação do tecno-libertarianismo, foi encarregado de transformar o Estado em uma empresa privada, eliminando órgãos e políticas que não se enquadram na lógica corporativa. O DOGE não é apenas uma instância burocrática, mas um laboratório de guerra híbrida, onde o Estado é gerido como um ativo de mercado, destruindo suas funções públicas e transformando a política em um campo de dominação empresarial.
No caso do Brasil, o Project 2025 não é um elemento lateral. Ele é a espinha dorsal da ofensiva geopolítica atual contra o país. A imposição de tarifas punitivas de até 50% sobre produtos estratégicos, a sanção contra membros do Supremo Tribunal Federal, o desmonte de programas de cooperação internacional e a tentativa de asfixiar economicamente o governo Lula são capítulos de um roteiro escrito em Washington, mas desenhado para ser executado no Sul Global.
O Brasil, que desde a década de 2010 se transformou em laboratório de guerra híbrida, com operações como a Lava Jato e o lawfare, volta a ser epicentro de uma ofensiva transnacional. Agora, sob a lógica do Project 2025, essa guerra assume contornos ainda mais perigosos: não se trata mais apenas de ataques jurídicos ou desinformação, mas de uma tentativa coordenada de remodelar o Estado brasileiro a partir de fora, utilizando instrumentos econômicos, tecnológicos e ideológicos.
O Project 2025 é, portanto, a formalização de uma guerra de classes travada em escala internacional. Uma guerra que busca subjugar projetos soberanos e populares à lógica do capital financeiro, do ultraconservadorismo moral e da dominação tecnológica. Nos próximos capítulos, iremos desvendar como a aliança entre o tecno-libertarianismo do Vale do Silício e o ultraconservadorismo da Heritage Foundation se articulam para transformar essa agenda em uma ofensiva global de dominação e como essa engrenagem opera, hoje, contra a soberania do Brasil.
TECNO-LIBERTARIANISMO E ULTRACONSERVADORISMO: A ALIANÇA SUICIDA
O Project 2025 não é apenas um programa da extrema-direita religiosa americana. Ele é, sobretudo, o produto de uma aliança estratégica — e historicamente instável — entre duas vertentes de poder que, à primeira vista, parecem antagônicas: o ultraconservadorismo moral-religioso, encarnado por think tanks como a Heritage Foundation, e o tecnolibertarianismo do Vale do Silício, representado por figuras como Elon Musk e Peter Thiel.
Esta aliança, construída a partir de interesses convergentes no curto prazo, é a base material que sustenta a ofensiva do Project 2025 contra o Estado democrático e, por consequência, contra países do Sul Global como o Brasil. Trata-se de uma coalizão entre uma elite que deseja transformar o Estado em instrumento de guerra cultural e outra que visa desmontar as instituições públicas para convertê-las em ativos de mercado, sob controle corporativo.
O ultraconservadorismo da Heritage Foundation e da Federalist Society vê o Estado como um campo de batalha moral. Para eles, agências governamentais, universidades, ONGs e organismos multilaterais são centros de disseminação de valores progressistas que ameaçam a “ordem natural” da sociedade. O objetivo dessa vertente é a erradicação de qualquer política pública que desafie a hegemonia da moral cristã fundamentalista, seja em direitos civis, igualdade de gênero ou justiça social.
Por outro lado, o tecnolibertarianismo não se interessa pela guerra cultural em si. Bilionários como Elon Musk e Peter Thiel compartilham uma visão de mundo onde o Estado é um entrave ao “progresso tecnológico” e à expansão irrestrita do capital. Para eles, a destruição das estruturas públicas não é uma questão de moralidade, mas de eficiência: um Estado mínimo, incapaz de regular mercados e tecnologias, cria o ambiente ideal para a acumulação de poder econômico e de controle informacional.
O Project 2025 é o ponto de convergência desses dois projetos. Ele oferece ao ultraconservadorismo a promessa de uma guerra cultural institucionalizada — com o Estado como ferramenta para impor valores religiosos e morais —, enquanto entrega ao tecnolibertarianismo a possibilidade de capturar o aparelho estatal, transformando agências, dados públicos e infraestruturas críticas em ativos privatizáveis.
No Brasil, essa aliança materializou-se de forma explícita e agressiva. O desmonte de projetos sociais, ambientais e educacionais financiados pela USAID, agora coordenado diretamente por Musk e pela equipe do DOGE, não foi uma ruptura, mas uma radicalização de um processo histórico de intervenção. O fato é que a USAID jamais deveria ter qualquer presença em território brasileiro, pois sempre funcionou como uma plataforma de ingerência disfarçada, operando para moldar políticas, cooptar movimentos e monitorar estruturas sociais sob o pretexto da “cooperação internacional”. A permanência dessa agência em solo brasileiro — sob qualquer forma, estatal ou privatizada — significa a aceitação tácita de uma violação à soberania nacional, uma infiltração institucionalizada do imperialismo disfarçado de assistência.
Com a reconfiguração da USAID como instrumento direto do Vale do Silício e dos think tanks ultraconservadores, o cenário apenas se agravou: abriu-se espaço para uma nova onda de exploração predatória da Amazônia e de territórios indígenas, completamente alinhada aos interesses das corporações de energia fóssil e do agronegócio globalizado. Simultaneamente, esse desmonte institucional foi instrumentalizado na guerra cultural, alimentando a narrativa ultraconservadora de que ONGs e organismos internacionais seriam “inimigos da pátria” e “agentes globalistas infiltrados” — uma ironia perversa, considerando que a própria presença da USAID no Brasil sempre foi, ela sim, uma infiltração planejada a serviço dos interesses estratégicos de Washington.
No Brasil, essa aliança materializou-se de forma explícita. O desmonte de projetos sociais, ambientais e educacionais financiados pela USAID, coordenado diretamente por Musk e pela equipe do DOGE, abriu espaço para uma nova onda de exploração predatória da Amazônia e de territórios indígenas, alinhada aos interesses das grandes corporações de energia fósseis e do agronegócio. Ao mesmo tempo, o desmonte institucional serve como combustível para a narrativa ultraconservadora, que acusa ONGs e organismos internacionais de serem “inimigos da pátria” e “agentes globalistas infiltrados”.
Essa aliança, no entanto, é instável e carrega em si contradições explosivas. Enquanto o ultraconservadorismo deseja um Estado forte para impor sua visão moral sobre a sociedade, o tecnolibertarianismo visa justamente a liquidação do Estado como regulador. Essa tensão é mascarada no curto prazo pela convergência tática contra inimigos comuns: ONGs progressistas, movimentos sociais, políticas públicas de inclusão e soberania nacional de países do Sul Global. Mas, estruturalmente, trata-se de uma coalizão fadada ao colapso, uma vez que suas premissas são, no fundo, inconciliáveis.
No cenário brasileiro, essa aliança suicida tem impactos diretos e devastadores. Enquanto Musk e os tecnolibertários operam o desmonte das estruturas de assistência, financiamento e regulação, os think tanks conservadores, como o Instituto Millenium e a Atlas Network, articulam a narrativa de guerra cultural, transformando políticas públicas de inclusão e soberania em alvos de campanhas de desinformação e ataques coordenados. O resultado é uma ofensiva de múltiplas frentes, que visa não apenas enfraquecer o governo Lula, mas remodelar a própria concepção de Estado e sociedade no Brasil.
A ESTRATÉGIA DE COERÇÃO GEOPOLÍTICA: COMO O PROJECT 2025 ESTÁ DESTRUINDO A SOBERANIA BRASILEIRA
A crise entre o Brasil e os Estados Unidos em 2025 não é um acidente diplomático, nem uma disputa comercial convencional. Ela é a expressão tática de uma estratégia de coerção geopolítica desenhada no coração do Project 2025. Mais do que uma política de governo, o Project 2025 transformou-se em uma plataforma de ataque estratégico contra países do Sul Global que se recusam a se submeter à lógica de subordinação neocolonial imposta pelos Estados Unidos e suas elites corporativas. O Brasil, por seu peso econômico, político e simbólico na América Latina, é hoje o alvo prioritário dessa ofensiva.
O cerne dessa estratégia reside na combinação de três vetores de ataque: coerção econômica, sabotagem institucional e guerra cultural. Cada um desses vetores é articulado de maneira coordenada, criando um cerco político e econômico destinado a inviabilizar a governabilidade do governo Lula e a submeter o Brasil à lógica de dominação imposta pelo eixo Washington–Silicon Valley.
O primeiro vetor, a coerção econômica, foi implementado de forma brutal com a imposição de tarifas punitivas de até 50% sobre produtos estratégicos brasileiros, como carne bovina, suco de laranja e aeronaves. Essas tarifas não têm qualquer justificativa econômica racional; elas são instrumentos de pressão política explícita. Sob a justificativa de “defender a democracia americana”, Trump e seus operadores MAGA retaliaram o governo Lula por sua postura soberana e por não se curvar às pressões para proteger o ex-presidente Jair Bolsonaro, alvo de processos judiciais no STF. O Brasil foi transformado, nesse contexto, em um exemplo a ser castigado, uma vitrine de coerção para intimidar outros países do Sul Global que ousassem desafiar a agenda trumpista.
Em números concretos, estima-se que o impacto direto dessas tarifas represente uma retração de US$ 8,5 bilhões nas exportações brasileiras para os Estados Unidos em 2025, afetando principalmente os setores do agronegócio (US$ 4,2 bilhões) e da indústria aeronáutica (US$ 2,1 bilhões). Organizações como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) alertam para uma potencial perda de até 120 mil empregos diretos e indiretos se as tarifas forem mantidas até o fim de 2025. Esses números, embora pouco divulgados, explicitam que o objetivo não é econômico, mas de coerção política e desestabilização produtiva.
O segundo vetor, a sabotagem institucional, se concretizou com a dissolução da USAID e a interrupção abrupta de projetos de assistência, saúde, educação e desenvolvimento sustentável no Brasil. Mais de 5.200 contratos foram cancelados, e aproximadamente 94% dos funcionários da agência foram desligados ou colocados em licença. Essa manobra não visava apenas “reduzir custos” ou “desburocratizar a ajuda externa”. Ela foi concebida como um ataque cirúrgico para desarticular as próprias redes de dominação e sufocar e sufocar ONGs que atuavam em defesa de direitos humanos, proteção ambiental e desenvolvimento social, especialmente na Amazônia e em comunidades indígenas.
Com o desmonte da USAID, o governo americano não apenas retirou apoio financeiro e logístico a projetos essenciais, mas também criou um vazio institucional que foi rapidamente preenchido por empresas privadas e think tanks alinhados à agenda do Project 2025. O DOGE, sob comando de Elon Musk, foi a peça operacional dessa engenharia, eliminando as barreiras institucionais que ainda resistiam ao avanço das corporações de energia fósseis e ao agronegócio predatório.
O impacto do desmonte é massivo: cerca de 5.216 projetos foram encerrados em 2025 no Brasil, atingindo diretamente mais de 3.800 ONGs e iniciativas comunitárias, especialmente nas áreas de saúde pública, educação e proteção ambiental. Estima-se que aproximadamente R$ 1,4 bilhão em recursos anuais foram cortados abruptamente, segundo levantamento da Global Fund for Community Foundations.
O terceiro vetor, a guerra cultural, é o fio condutor que legitima as ações de coerção econômica e sabotagem institucional. Utilizando uma rede de think tanks como a Heritage Foundation, o Instituto Millenium, a Atlas Network e grupos de influência digital como Brasil Paralelo e MBL, a extrema-direita americana e suas conexões no Brasil construíram uma narrativa onde as ações do governo Lula são apresentadas como parte de uma conspiração “globalista” contra a liberdade, a família e a propriedade. Essa guerra de narrativas é essencial para transformar medidas de asfixia econômica e destruição institucional em atos “patrióticos” de defesa da “liberdade ocidental”.
O cerco contra o Brasil não se limita às tarifas e ao desmonte da cooperação internacional. Ele se estende à tentativa de influenciar o sistema judicial brasileiro, como evidenciado pelas sanções aplicadas ao ministro Alexandre de Moraes, sob a justificativa de violação de liberdades civis. Essa medida, amplamente celebrada por grupos bolsonaristas e pela direita global, foi um recado direto: qualquer autoridade que enfrente o projeto autoritário da extrema-direita será alvo de ataques internacionais, jurídicos e econômicos.
O Project 2025, portanto, não opera apenas como uma agenda de política interna dos EUA. Ele é um instrumento de guerra híbrida global, desenhado para submeter países como o Brasil a uma nova forma de imperialismo, onde a dominação não se exerce apenas pela força militar, mas pela destruição institucional, pela coerção econômica e pelo controle da narrativa pública.
QUEM SÃO OS ARQUITETOS E FINANCIADORES DESSA CRISE?
Por trás da crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, esconde-se uma rede poderosa de atores que não aparecem nos discursos oficiais, mas que operam nos bastidores como verdadeiros arquitetos da desestabilização. São bilionários, fundações, think tanks e super PACs que, articulados ao redor do Project 2025, transformaram o Brasil em campo de batalha para seus interesses geopolíticos e econômicos.
No epicentro dessa rede está a Heritage Foundation, think tank ultraconservador que concebeu o Project 2025. Fundada em 1973, a Heritage é a plataforma intelectual da extrema-direita americana, responsável por moldar a agenda política do trumpismo. A fundação não atua isoladamente. Ela é o nó de uma teia que inclui organizações como a Federalist Society, dedicada a dominar o sistema judiciário americano com juízes e promotores ideologicamente alinhados, e a Atlas Network, responsável por coordenar think tanks de direita ao redor do mundo, incluindo no Brasil o Instituto Millenium e o MBL.
Os rostos visíveis dessa ofensiva são conhecidos: Russell Vought, diretor do Office of Management and Budget (OMB), e Paul Dans, chefe de operações do Project 2025, arquitetaram a captura do Estado americano e a expansão dessa lógica para o exterior. Mas é nos financiadores e operadores privados que reside o verdadeiro poder.
Peter Thiel, cofundador da PayPal e investidor em empresas de vigilância como a Palantir, é uma peça-chave. Tecno-libertário e ideólogo do “Estado como startup”, Thiel vê no desmonte de instituições públicas uma oportunidade de expansão para suas empresas e sua visão distópica de governança algorítmica. Seu financiamento ao trumpismo não é apenas político; ele é estratégico, voltado à captura de mercados, controle de dados e influência global. Thiel financia diretamente a Heritage Foundation, a Federalist Society e think tanks brasileiros que reproduzem sua visão de mundo.
Outro nome central é Rebekah Mercer, herdeira do megafundo Mercer Family Foundation, que financia organizações como a Cambridge Analytica, a Parler e canais de desinformação global. Mercer é responsável por financiar super PACs como o Club for Growth e o Save America PAC, instrumentos de captação de recursos que alimentam campanhas políticas e operações de desestabilização no exterior. No Brasil, seus recursos financiam redes de desinformação e campanhas contra o Supremo Tribunal Federal, fortalecendo a narrativa de que o Judiciário é um “inimigo da democracia”.
O bilionário Charles Koch, magnata do setor petroquímico, é outro pilar dessa rede. Sua fundação, a Koch Foundation, financia uma constelação de think tanks e universidades comprometidas com a eliminação de regulações ambientais e a promoção de políticas de austeridade. No contexto brasileiro, os interesses de Koch estão diretamente ligados ao desmonte de políticas ambientais e à abertura da Amazônia para exploração predatória, alinhando-se aos interesses do agronegócio e de empresas de energia fósseis.
Dados compilados pela OpenSecrets e pela Foundation Center indicam que, entre 2020 e 2024, as fundações ligadas a Koch, Thiel e Mercer destinaram mais de US$ 1,2 bilhão para o financiamento de think tanks e operações políticas vinculadas ao Project 2025. Apenas a Mercer Family Foundation injetou cerca de US$ 320 milhões em super PACs como o Club for Growth e em plataformas de desinformação digital. No contexto brasileiro, estima-se que o financiamento de redes como o Instituto Millenium e o Brasil Paralelo recebeu um aporte combinado de R$ 78 milhões em 2024, conforme registros da Atlas Network.
A engrenagem se completa com os super PACs — Club for Growth, Turning Point USA, Freedom Partners, entre outros — que captam bilhões de dólares de grandes corporações (ExxonMobil, Chevron, Lockheed Martin) e redistribuem esses recursos em campanhas de desinformação, lobby e financiamento de políticos alinhados ao Project 2025. No Brasil, esses recursos chegam via fundações como o Instituto Liberal, Instituto Millenium e plataformas digitais como Brasil Paralelo, que funcionam como multiplicadores da agenda ultraconservadora.
O elo com o Brasil é reforçado pela atuação da Atlas Network, responsável por articular think tanks e lideranças de direita em mais de 100 países. No Brasil, a Atlas coordena operações com o Instituto Millenium, o MBL e outras entidades que funcionam como satélites do Project 2025, reproduzindo sua narrativa de guerra cultural e promovendo ataques ao governo Lula e ao STF.
Além disso, empresas como ExxonMobil e Chevron, diretamente ligadas ao financiamento dessas fundações, têm interesses concretos no desmonte das políticas ambientais brasileiras e no acesso irrestrito aos recursos naturais da Amazônia, o que explica a ofensiva coordenada contra ONGs, cientistas e ativistas.
Em resumo, a crise entre Brasil e EUA é apenas a face visível de uma engrenagem de poder que articula fundações ideológicas, bilionários do setor tecnológico, magnatas do petróleo, think tanks transnacionais e plataformas de desinformação, todos orbitando o eixo do Project 2025. Essa rede não atua apenas por influência; ela opera com precisão estratégica, financiando campanhas, comprando estruturas institucionais, desmantelando políticas públicas e impondo, pela força econômica e cultural, um projeto de dominação neocolonial sobre o Brasil.
Essa dinâmica de subordinação é o que David Harvey define como “acumulação por despossessão”, onde o capital expande suas fronteiras não pela produção de novos valores, mas pela captura e destruição de estruturas sociais, estatais e produtivas já existentes. O financiamento de think tanks e operações de desinformação por parte de bilionários do Vale do Silício e do setor energético é a expressão contemporânea desse processo.
Brasil é, antes de tudo, uma luta contra um projeto global de dominação.
A GUERRA DE CLASSES TRAVESTIDA DE DISPUTA DIPLOMÁTICA
A crise entre o Brasil e os Estados Unidos em 2025, amplamente narrada pela grande mídia como um “conflito diplomático” ou uma “disputa comercial”, é, na verdade, a manifestação de uma guerra de classes em escala global. Não se trata de um embate entre dois Estados soberanos que divergem sobre políticas comerciais ou de segurança. Trata-se de uma ofensiva coordenada, planejada no âmbito do Project 2025, onde elites transnacionais — financeiras, tecnológicas e energéticas — operam para destruir qualquer projeto político que desafie sua hegemonia.
O Brasil de 2025 representa um dos últimos grandes bastiões do Sul Global a insistir em uma política externa soberana, multilateral e em defesa de um projeto nacional de desenvolvimento. A política de reconstrução do Estado, retomada de investimentos públicos, fortalecimento dos BRICS e defesa da Amazônia como ativo geopolítico não são toleráveis para as elites que orbitam o Project 2025. Para essas forças, o Brasil é um território a ser disciplinado, um mercado a ser reconfigurado e um Estado a ser capturado.
Por isso, a crise atual não é uma simples retaliação pela prisão de Bolsonaro, como sugerem as análises superficiais. Ela é a ponta visível de uma ofensiva que visa destruir o projeto de país que o Brasil tenta reconstruir desde a derrota do neofascismo em 2022. As tarifas de 50%, os ataques ao Supremo Tribunal Federal, o desmonte da USAID e a campanha de desinformação internacional são armas de uma guerra híbrida travada contra a possibilidade de o Brasil emergir como um ator soberano no cenário global.
A retórica diplomática, que finge tratar o conflito como uma questão de relações bilaterais, é apenas a cortina de fumaça. O verdadeiro confronto é entre classes: de um lado, as elites transnacionais que controlam os fluxos de capital, tecnologia e informação; de outro, Estados nacionais que tentam reconstruir suas estruturas soberanas e projetos de desenvolvimento próprios. É uma guerra assimétrica, onde os instrumentos de dominação não são apenas tanques e soldados, mas algoritmos, sanções econômicas, operações psicológicas e sabotagens institucionais.
O cenário descrito se alinha à análise de Antoine Bousquet, que identifica a guerra contemporânea como um campo de atuação marcado pela convergência entre infraestruturas técnicas e sistemas de informação. As operações híbridas transformam o campo de batalha em uma rede onde o controle dos fluxos de informação é tão ou mais decisivo que o controle do território físico.
O Project 2025 é a formalização dessa guerra de classes. Ele oferece a essas elites um manual de como destruir, a partir de dentro e de fora, qualquer Estado que resista ao modelo de subordinação absoluta ao capital financeiro e à lógica do livre mercado. O Brasil, ao insistir em políticas públicas de combate à fome, proteção ambiental, desenvolvimento tecnológico autônomo e integração regional, tornou-se um alvo prioritário dessa ofensiva.
Essa guerra, no entanto, não é unilateral. A resposta do governo Lula, ao optar por fortalecer alianças estratégicas no âmbito dos BRICS, consolidar parcerias sul-sul e investir na reindustrialização do país, é uma declaração de resistência. Mas essa resistência não pode ser apenas diplomática ou econômica. Ela precisa ser, sobretudo, informacional e cultural. Desnudar o inimigo invisível, revelar as engrenagens dessa guerra híbrida e mobilizar a sociedade em torno de um projeto nacional é uma necessidade histórica.
O que está em jogo não é apenas o presente do Brasil, mas o seu lugar no século XXI. A guerra de classes travestida de disputa diplomática que hoje se impõe sobre o Brasil é o capítulo mais recente de uma ofensiva global contra a soberania dos povos. Resistir a essa ofensiva não é uma opção; é uma condição para a sobrevivência do projeto nacional.
AS CONSEQUÊNCIAS: O QUE ESTÁ EM JOGO PARA O BRASIL E A AMÉRICA LATINA
A ofensiva articulada pelo Project 2025 contra o Brasil não é um episódio isolado, tampouco se restringe a uma disputa entre governos. Trata-se de uma manobra de desestabilização com efeitos diretos e profundos sobre a arquitetura política, econômica e social de toda a América Latina. O que está em jogo é a soberania dos povos do Sul Global diante de uma elite transnacional que, ao perder a capacidade de controlar as economias pela via da globalização financeira tradicional, recorre agora a instrumentos de coerção, sabotagem e guerra híbrida para reconfigurar a geopolítica em seu favor.
O Brasil, pela dimensão de sua economia, por sua posição estratégica no tabuleiro geopolítico e pelo peso simbólico de sua liderança regional, é o ponto de inflexão dessa disputa. A ofensiva do Project 2025 visa, em primeiro lugar, destruir a capacidade do Brasil de exercer qualquer protagonismo soberano. Ao asfixiar economicamente setores produtivos estratégicos — como o agronegócio, a indústria aeronáutica e a cadeia de valor da energia —, os EUA buscam transformar o Brasil em um país economicamente submisso, incapaz de liderar projetos como os BRICS, a CELAC e outras iniciativas de integração sul-sul.
As consequências dessa política de terra arrasada não se limitam ao Brasil. A América Latina, como um todo, enfrenta o risco de uma nova onda de instabilidade política, marcada pelo avanço de regimes autoritários, pelo aprofundamento das desigualdades e pela desarticulação dos projetos de integração regional. A ofensiva contra o Brasil é uma mensagem direta a países como Argentina, México, Bolívia e Colômbia: qualquer tentativa de afirmar políticas soberanas será respondida com coerção econômica, sabotagem institucional e operações de desinformação massiva.
Ao mesmo tempo, a desestabilização do Brasil atende a interesses concretos de setores econômicos globais. As corporações de energia fósseis, como ExxonMobil e Chevron, veem na fragilização do Estado brasileiro uma oportunidade para ampliar sua presença na exploração da Amazônia e no controle das reservas de petróleo e gás. Empresas de tecnologia e dados, como Palantir e SpaceX, ligadas a Peter Thiel e Elon Musk, buscam capturar infraestruturas críticas de comunicação e monitoramento ambiental. Trata-se de uma recolonização do território brasileiro por vias econômicas e tecnológicas, respaldada por uma guerra cultural que legitima essa pilhagem como “defesa da liberdade”.
Para a América Latina, a vitória do Project 2025 no Brasil significaria a imposição de um modelo de dominação que se estenderia por todo o continente. A fragmentação dos projetos de integração, a submissão das políticas públicas aos interesses de corporações transnacionais e a neutralização de governos progressistas seriam os próximos passos de uma ofensiva que não reconhece fronteiras, nem soberanias.
Por outro lado, a resistência do Brasil tem o potencial de redefinir os rumos da região. A construção de uma frente comum de países que enfrentam a ofensiva neocolonial — articulando políticas de soberania informacional, integração econômica e cooperação em defesa do meio ambiente — é a chave para romper o cerco imposto pelo eixo Washington–Vale do Silício. A resposta a essa guerra não será apenas política ou militar. Ela exigirá uma guerra de narrativas, onde a informação, a cultura e a construção de uma consciência coletiva de soberania serão armas tão decisivas quanto sanções e tratados.
O Brasil está no centro dessa disputa. E o desfecho dessa batalha determinará não apenas seu futuro, mas o de toda a América Latina. Resistir ao Project 2025 é, portanto, um ato de sobrevivência política, econômica e cultural para os povos do Sul Global.
CONCLUSÃO: A HORA DE DESNUDAR O INIMIGO INVISÍVEL
A crise que hoje se impõe sobre o Brasil não é fruto de uma conjuntura diplomática desfavorável ou de um conflito acidental de interesses comerciais. Trata-se de uma operação de guerra híbrida cuidadosamente arquitetada por uma coalizão de forças transnacionais que, através do Project 2025, busca submeter o país — e, com ele, toda a América Latina — a um novo ciclo de subordinação neocolonial.
Os atores dessa ofensiva não são as figuras que aparecem nas manchetes ou nos comunicados oficiais. São as fundações bilionárias, os think tanks, os super PACs, as corporações de tecnologia e energia, os operadores do capital financeiro, que atuam nos bastidores, redesenhando a geopolítica global a partir de seus interesses privados. Eles não disputam eleições, mas escolhem governos. Não aparecem nas mesas de negociação, mas determinam os termos. Não precisam de exércitos quando controlam os fluxos de informação, as cadeias de valor e os algoritmos que moldam a opinião pública.
O Project 2025 é o manual dessa guerra. Ele ensina como desmontar um Estado por dentro, como capturar suas instituições, como destruir suas redes de proteção social, como transformar a soberania em uma ficção jurídica. No Brasil, essa estratégia já está em curso: a asfixia econômica via tarifas punitivas, a sabotagem institucional com o desmonte da USAID, a ingerência no sistema judicial, a guerra cultural que transforma direitos em ameaças, tudo isso é parte de uma ofensiva coordenada, financiada e executada com precisão.
Desnudar essa engrenagem é uma tarefa urgente. Não se trata apenas de revelar nomes e conexões. Trata-se de compreender que estamos diante de um projeto de dominação que só pode ser enfrentado com a mobilização de uma resistência estratégica, que combine ação política, guerra de informação e organização social. A soberania do Brasil não será defendida apenas nos fóruns diplomáticos ou nos tratados comerciais. Ela será defendida na capacidade de expor os operadores dessa guerra, de desarmar suas narrativas, de construir alianças regionais sólidas e de forjar uma consciência coletiva capaz de enfrentar o poder que se oculta sob o verniz das instituições.
A luta que o Brasil enfrenta hoje é a luta pela sua própria existência como projeto de nação. Cada ataque ao Supremo Tribunal Federal, cada tarifa imposta, cada ONG sufocada, cada fake news disseminada não é um ato isolado. É um movimento coordenado de uma guerra de classes travada em escala global, onde a única resposta possível é a construção de trincheiras de resistência em todas as frentes: política, econômica, informacional e cultural.
Como ensinou Carl von Clausewitz, “a guerra é a continuação da política por outros meios”. No contexto contemporâneo, os outros meios são os instrumentos de guerra híbrida — tarifária, judicial, informacional — que não matam no campo de batalha, mas desmantelam projetos de nação por dentro. O cerco ao Brasil é a versão atualizada desse princípio, onde a política da força se traveste de operações institucionais e econômicas.
É hora de romper com a narrativa da normalidade institucional. O inimigo não é um Estado rival, mas uma estrutura de poder transnacional que opera de forma invisível, mas cujas consequências são sentidas cotidianamente na vida do povo brasileiro. Desnudar esse inimigo é o primeiro passo para derrotá-lo. E esse artigo é uma contribuição a essa batalha.
O Brasil não é apenas vítima dessa ofensiva. Ele é também a linha de frente de uma resistência que, se organizada e consciente, tem o potencial de redefinir os rumos da América Latina no século XXI. A luta pela soberania brasileira é, mais do que nunca, uma luta pela soberania de todos os povos do Sul Global.
O cerco está armado. As peças foram expostas. Agora é a hora de agir.
Artigo publicado originalmente em <código aberto>
Foto: Embaixada dos EUA/Divulgação
FONTE: https://www.brasil247.com/blog/os-atores-invisiveis-na-desestabilizacao-do-brasil