Historicamente, EUA e América Latina protagonizam uma relação vertical, com os estadunidenses interferindo, seja política ou economicamente, nos países da região. Apesar do passar dos anos, para analistas o que mudou foram apenas os artifícios usados para tentativas de intromissão.
Um exemplo citado à Sputnik Brasil foi a Doutrina Monroe, anunciada pelo presidente norte-americano James Monroe em 1823. A medida unilateral colocava os EUA no patamar de um “quase protetor das Américas”.
“A gente estava ainda em um contexto de descolonização do continente americano, no qual havia a possibilidade de uma recolonização pelos países europeus. E os Estados Unidos se colocam como um defensor, como um ator que entende que não deveria haver influência direta dos países europeus sobre a América Latina”, explica Lívia Milani.
Para pensar no atual momento, os principais elementos de intervenção usados pelos Estados Unidos são de cunho econômico. O presidente Donald Trump tem lançado mão de uma série de tarifas e, talvez, o caso mais claro que denote a tentativa de interferência política se refira ao Brasil.
Um método bastante difundido nos últimos anos foi o lawfare também. Este seria, segundo João Estevam Filho, professor de relações internacionais, “uma renovação de mecanismos que já são utilizados desde o século passado”.
Enquanto os EUA veem um espaço que sempre foi sua zona de influência ter relações cada vez mais diretas com a China — potência que os estadunidenses tentam impedir de ampliar participação no território latino-americano —, não conseguem oferecer as mesmas condições de desenvolvimento que os chineses ofertam, ou seja, não conseguem criar oportunidades de financiamento tão interessantes assim para a América Latina.
Foto: Paulo Pinto / Agência Brasil
FONTE: @sputnikbrasil no Telegram