Associação Brasileira dos Jornalistas

Seja um associado da ABJ. Há 16 anos lutando pelos jornalistas

Plano de Israel para tomar Gaza com apoio tácito dos EUA provoca reação internacional

Comunidade global condena ação que viola o direito internacional e agrava crise humanitária.

247 – O plano do governo de Israel para assumir o controle de Gaza gerou forte condenação internacional, especialmente de países europeus e árabes, diante de seu potencial para aprofundar a crise humanitária e comprometer os esforços de paz. A notícia foi divulgada pela agência Xinhua, que destacou que, apesar das críticas generalizadas, os Estados Unidos sinalizaram apoio tácito à medida, contrariando o apelo global por uma solução diplomática.

Apoio tácito de Washington

Na quinta-feira (7), o gabinete de segurança de Israel aprovou a proposta do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para que as Forças de Defesa de Israel assumam o controle de Gaza e áreas adjacentes. Segundo o comunicado oficial, o plano prevê a distribuição de ajuda humanitária a civis fora das zonas de combate.

Antes do anúncio, o presidente Donald Trump afirmou a jornalistas que estava focado em aumentar a ajuda a Gaza para combater a fome, mas evitou se opor à ocupação: “Quanto ao resto, realmente não posso dizer — isso vai ser praticamente uma decisão de Israel”. O secretário de Estado Marco Rubio reforçou a posição, declarando que caberá a Israel decidir o que é necessário para sua segurança.

O embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee, também reiterou que a decisão cabe exclusivamente ao governo israelense: “Não é nosso trabalho dizer o que eles devem ou não fazer. Se pedirem conselhos, tenho certeza de que o presidente os oferecerá, mas, no fim, é uma decisão apenas dos israelenses”.

Condenação internacional

A decisão foi classificada pelo líder da oposição israelense Yair Lapid como “um desastre que levará a muitos outros desastres”, alertando que a ação prolongará o conflito, colocará em risco reféns israelenses, provocará a morte de soldados e custará bilhões aos cofres públicos.

Na União Europeia, o presidente do Conselho Europeu Antonio Costa pediu a reversão imediata da medida, enquanto o primeiro-ministro britânico Keir Starmer afirmou que ela não contribuirá para encerrar o conflito nem para libertar reféns. França e Alemanha alertaram para a violação grave do direito internacional, sendo que Berlim suspendeu todas as exportações militares que possam ser usadas em Gaza. A Itália, por sua vez, enviou 100 toneladas de suprimentos humanitários para a Jordânia, destinados a lançamentos aéreos no enclave.

Países como Jordânia, Turquia, Kuwait e Egito acusaram Israel de aprofundar políticas expansionistas e genocidas, inviabilizar a solução de dois Estados e consolidar a ocupação ilegal de territórios palestinos. O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, afirmou que o plano confirma a intenção de Israel de ocupar Gaza totalmente desde o início da guerra e de liquidar a causa palestina.

Impacto humanitário devastador

As autoridades de saúde de Gaza informaram que, desde outubro de 2023, ao menos 201 pessoas, incluindo 98 crianças, morreram de fome e desnutrição. Desde o início da intensificação dos ataques israelenses em 18 de março, 9.824 palestinos foram mortos e 40.318 ficaram feridos, elevando o total de vítimas desde o início da guerra para 61.330 mortos e 152.359 feridos.

A comunidade internacional teme que a execução do plano de Netanyahu intensifique ainda mais a tragédia humanitária e aprofunde a instabilidade política e de segurança em toda a região do Oriente Médio.

Foto: Reprodução / Divulgação

FONTE: https://www.brasil247.com/mundo/plano-de-israel-para-tomar-gaza-com-apoio-tacito-dos-eua-provoca-reacao-internacional