Estações de trem foram bloqueadas na Itália, e maior central sindical do país convocou greve geral em resposta à ação da Marinha de Israel.
247 – Cidades em diferentes partes do mundo registraram protestos nesta quarta-feira (1) contra o sequestro da Flotilha Global Sumud, que navegava rumo à Faixa de Gaza para levar alimentos e remédios. A ação da Marinha de Israel em águas internacionais, que resultou na detenção de ativistas de quase 50 países, gerou forte reação popular e política.
Na Grécia, manifestantes pró-Palestina tomaram as ruas de Atenas, em frente à embaixada de Israel, denunciando a “pirataria” contra os barcos civis. Relatos da rede Al Jazeera indicam que a Marinha israelense chegou a usar jatos de água contra embarcações da flotilha pouco antes da operação.
Na Itália, onde havia um dos maiores contingentes de ativistas, a resposta foi imediata. Em Nápoles, manifestantes ocuparam a estação ferroviária central, paralisando o tráfego de trens. Já em Roma, a polícia cercou a estação Termini após grupos tentarem bloquear acessos. Diante da escalada de mobilizações, a maior central sindical italiana anunciou uma greve geral para sexta-feira (3) em solidariedade à flotilha e ao povo palestino.
De acordo com os organizadores, a Global Sumud Flotilla é a maior já organizada, reunindo quase 500 pessoas em mais de 40 embarcações — entre elas parlamentares, jornalistas, juristas e ativistas de diferentes continentes. O objetivo era romper o bloqueio israelense a Gaza, classificado como ilegal pela Corte Internacional de Justiça, e entregar suprimentos básicos em um território onde a fome atinge níveis catastróficos após dois anos de bombardeios.
O brasileiro Thiago Ávila, integrante da embarcação Alma, está entre os ativistas interceptados. Antes do corte das comunicações, o perfil oficial do ativista no Instagram alertou para o risco e pediu mobilização internacional. Outro grupo de brasileiros também foi retido, incluindo militantes do PSOL.
Israel divulgou vídeos em que oficiais ordenam que os barcos mudem a rota para o porto de Ashdod, alegando questões de segurança. Em resposta, a flotilha transmitiu mensagem de Ávila: “Vocês dizem que entramos em zona de guerra. Mas é aqui que Israel comete crimes de guerra. A Corte Internacional já decidiu que impedir uma missão humanitária é ilegal. Não reconhecemos sua legitimidade para controlar a ajuda ao povo palestino”.
O grupo palestino Hamas classificou a operação como “ato de terrorismo e pirataria”, pedindo reação da comunidade internacional. “Essa agressão apenas aumenta a revolta dos povos contra a ocupação”, afirmou em nota.
Com informações da AlJazeera.
FOTO: Roberto Parizotti/ Fotos Publicas
FONTE: https://www.brasil247.com/mundo/protestos-globais-denunciam-sequestro-da-flotilha-por-israel