O presidente da Rússia, Vladimir Putin, sancionou nesta terça-feira (24) uma lei que autoriza o desenvolvimento de um aplicativo de mensagens apoiado pelo Estado e integrado aos serviços governamentais. A iniciativa faz parte da estratégia de Moscou para reduzir a dependência de plataformas estrangeiras como WhatsApp e Telegram, especialmente após a saída de várias empresas ocidentais do mercado russo em resposta à invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.
O novo aplicativo promete oferecer funcionalidades que, segundo legisladores russos, não estão presentes nas plataformas concorrentes, como uma integração mais profunda com serviços públicos e governamentais. A Rússia busca, assim, fortalecer sua chamada “soberania digital”, promovendo soluções tecnológicas desenvolvidas internamente para garantir maior controle sobre as comunicações digitais no país.
Por outro lado, a iniciativa tem gerado críticas de especialistas em direitos digitais e privacidade. Mikhail Klimarev, diretor da Sociedade de Proteção à Internet, um grupo russo de defesa dos direitos digitais, alertou que o controle estatal sobre o aplicativo pode representar riscos significativos à privacidade dos usuários e às liberdades individuais. Ele também apontou que o governo russo pode reduzir a velocidade de aplicativos como WhatsApp e Telegram para incentivar a migração dos usuários para a nova plataforma estatal.
Este movimento é parte de um esforço mais amplo da Rússia para criar um ecossistema tecnológico próprio, no qual o governo tenha maior influência e controle, em contraste com o uso de serviços estrangeiros que podem estar sujeitos a pressões externas ou restrições políticas.
Em resumo, a criação do aplicativo estatal de mensagens representa um passo importante na busca da Rússia por autonomia digital, mas levanta preocupações sobre vigilância e restrição de direitos civis no ambiente online.
FOTO: Mikhail Sinitsyn/TASS
FONTE: Agência de Notícias ABJ – Associação Brasileira dos Jornalistas
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