O presidente russo Vladimir Putin e o líder chinês Xi Jinping se encontraram em Moscou nesta quinta-feira, 8 de maio de 2025, em uma visita oficial de Xi que marca uma nova fase estratégica na parceria entre Rússia e China. A reunião ocorreu no contexto das celebrações do 80º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazista, evento centralizado em um grande desfile militar na Praça Vermelha, que contou com a presença de mais de 20 líderes estrangeiros, incluindo o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante cerca de quatro horas de negociações no Kremlin, os dois líderes assinaram uma declaração conjunta para “aprofundar ainda mais a parceria estratégica abrangente de coordenação” entre os dois países para uma nova era. Xi Jinping destacou que as relações sino-russas estão “mais firmes, estáveis e resilientes” e que a cooperação prática entre as nações intensificou-se significativamente, enquanto Putin qualificou as discussões como “muito produtivas”.
Ambos criticaram o que chamaram de “hegemonismo” e “intimidação unilateral” por parte do Ocidente, especialmente dos Estados Unidos, e manifestaram o compromisso de colaborar para a construção de uma ordem mundial multipolar mais justa e equilibrada, rejeitando o unilateralismo. Xi enfatizou que China e Rússia são “vizinhos inseparáveis, verdadeiros amigos que compartilham fortunas e dificuldades” e parceiros confiáveis para alcançar o sucesso conjunto.
Os temas abordados incluíram política, segurança, relações econômicas e cooperação energética, com destaque para projetos como o gasoduto Power Siberia 2, que visa ampliar o fornecimento de gás russo à China. Apesar do clima de parceria, os líderes evitaram discutir diretamente o conflito na Ucrânia, embora a visita ocorra em meio à ofensiva russa no país e à trégua unilateral declarada por Putin, que foi acusada por Kiev de não estar sendo respeitada.
Este encontro reforça a aliança estratégica entre Moscou e Pequim, que têm intensificado seus laços econômicos e militares nos últimos anos, especialmente após o início da guerra na Ucrânia, com a China se tornando um parceiro crucial para a Rússia diante das sanções ocidentais. A visita de Xi, sua terceira desde o início do conflito, simboliza a solidariedade entre os dois líderes autoritários e a busca conjunta por um novo equilíbrio global que desafie a influência ocidental.
FONTE: Agência de Notícias ABJ – Associação Brasileira dos Jornalistas
( Reprodução autorizada mediante citação da fonte: Agência de Notícias ABJ – Associação Brasileira dos Jornalistas )
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