Pesquisa indica estagnação de Tarcísio, amplia vantagem de Lula e provoca rearranjo de apostas no mercado político e financeiro.
A pesquisa Quaest que será divulgada nesta quarta-feira (17) chega a Brasília como um balde de água fria no projeto presidencial de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Números vazados nos bastidores indicam o governador de São Paulo estacionado em 10%, distante do presidente Lula (PT) e sem tração para crescer no curto prazo.
Os dados que circularam entre lideranças partidárias e operadores do mercado apontam Lula com 41%, Flávio Bolsonaro com 23% e Tarcísio com apenas 10%. O resultado acendeu o alerta vermelho entre aliados do ex-ministro e nos círculos financeiros que vinham apostando na sua viabilidade nacional.
No segundo turno, segundo as mesmas fontes do Blog do Esmael, a diferença se mantém praticamente igual tanto em um cenário Lula x Tarcísio quanto em Lula x Flávio. Em outras palavras, o governador paulista não reduz a distância nem quando a disputa afunila.
O dado mais sensível está na rejeição. Flávio Bolsonaro aparece com 60% de rejeição, enquanto Lula registra 54%. A taxa elevada do filho do ex-presidente limita sua competitividade, mas o índice do petista segue dentro de um patamar administrável, sobretudo diante da fragmentação da oposição.
Nos bastidores de Brasília, a leitura é direta. Se a Quaest confirmar esses números, Tarcísio perde o status de plano A do campo conservador liberal. O apelido que corre solto é “beijo da morte”, aquele carimbo silencioso que antecede o desembarque de apoios e recursos.
Nesse cenário, Tarcísio tentará a reeleição ao governo de São Paulo nas eleições de 2026. Portanto, venceu a tese do estrategista Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, que vinha alertando Tarcísio da “invencibilidade” de Lula.
É nesse contexto que a Faria Lima começa a olhar para outro endereço político. Cresce a avaliação de que o capital pode migrar para o governador Ratinho Júnior (PSD), visto como gestor pragmático, com menor rejeição nacional e menos desgaste ideológico acumulado.
Entretanto, Ratinho terá de vencer barreiras dentro do próprio PSD. Kassab tem ministérios e cargos no governo Lula, bem como palanques estruturados com o PT em muitos estados do Nordeste e do Norte.
Ratinho ainda não se recolocou formalmente no tabuleiro presidencial, mas o mercado costuma se mover antes dos anúncios públicos. Quando pesquisas esfriam um nome, o dinheiro procura alternativas viáveis, mesmo que ainda embrionárias.
Se confirmados, os números da Quaest não apenas reposicionam a corrida de 2026, como redesenham as apostas do poder econômico. Tarcísio pode continuar no jogo, mas deixa de ser o candidato inevitável. E, em política, quando a aura cai, o tombo costuma ser rápido.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
FONTE: https://www.brasil247.com/blog/quaest-da-beijo-da-morte-em-tarcisio-nesta-quarta