As redes sociais deixaram de ser apenas espaços de socialização digital para se tornarem uma das armas mais sofisticadas da geopolítica contemporânea. Com base nessa máxima, o podcast Mundioka, da Sputnik Brasil, ouviu especialistas no assunto.
O professor Lucas Mendes, especialista em geopolítica da PUC Minas e fundador do projeto Geopolítica Hoje, disse durante entrevista ao podcast que o controle dos algoritmos que movem plataformas como TikTok, Instagram ou X (ex-Twitter) é, hoje, tão estratégico quanto o comando de exércitos.
“As redes sociais são armas no campo da geopolítica”, afirmou Mendes. Mas não se trata de uma arma convencional, e sim de uma ferramenta multifuncional usada para coleta de dados, disseminação de desinformação e manipulação de opiniões públicas.
Na disputa global por influência, China e Estados Unidos dominam o cenário. Enquanto a China consolida sua presença com plataformas como o TikTok, os EUA mantêm sua hegemonia com gigantes como Meta (dona de Facebook, Instagram e WhatsApp, cujas atividades são proibidas na Rússia por serem consideradas extremistas) e o X.
Para Mendes, é essencial entender que “o ciberespaço, ele é também um território em disputa hoje. E saber utilizar isso, saber controlar isso, é muito importante”.
Adriana Borba Wannstock, psicóloga com pós-graduação em clínica pela PUC-Rio e mestra em Psicanálise, Saúde e Sociedade refletiu ao podcast que estamos diante de uma era de superexposição digital, a construção da identidade individual passa por transformações profundas — e preocupantes.
Adriana é taxativa ao afirmar que as redes sociais afetam profundamente o modo como o sujeito se constitui. “A grande armadilha é que as relações ficam afetadas. Porque é unilateral a informação, né? Você tem uma troca que não é com o outro, é com o conhecimento”, observou.
Segundo ela, a tecnologia tornou-se um “terceiro” constante na vida contemporânea, especialmente para as gerações que já nasceram imersas no universo digital.
FONTE: @sputnikbrasil no Telegram