Chegou a hora, na avaliação do ex-senador, de o governo federal construir um projeto nacional para enfrentar o protecionismo trumpista.
Ao assinar a ficha de filiação ao PDT, hoje, em Brasília, o ex-senador Roberto Requião, do Paraná, defendeu mudança urgente da política econômica para o país ter condições de enfrentar a guerra econômica declarada pelo presidente Donald Trump ao Brasil por meio do tarifaço.
O país tem, segundo ele, que voltar para dentro, para o mercado interno, para consumir a demanda excedente não-exportável gerada pelo trumpismo imperialista protecionista.
Nesse sentido, destacou, é fundamental romper com o tripé econômico neoliberal, que impede valorização dos salários, que proporciona o aumento do consumo interno, como reação ao colapso econômico que a tarifa de 50% sobre exportações brasileiras destinadas aos Estados Unidos provocará.
Com o fortalecimento do poder de compra dos trabalhadores, disse o ex-senador, a economia reage: eleva a demanda interna, com maior oferta de dinheiro em circulação, que reduz juros e diminui a dívida interna, cujo custo é a maior fonte do déficit público, que favorece, apenas, o mercado financeiro.
TRIPÉ NEOLIBERAL INVIÁVEL
Não tem sentido, na opinião dele, que, diante do protecionismo agressivo de Trump, mantenha-se meta inflação restritiva de 3%, ao lado de câmbio flutuante, geradores de pressão inflacionária.
Os juros, com o excedente exportável não consumido, forçam, ainda mais, o aumento da dívida pública, que representa transferência de renda dos salários aos rentistas, colocando a economia em encruzilhada.
Requião defendeu o nacionalismo varguista e brizolista, como forma de reviravolta da política econômica, rompendo com o bloqueio neoliberal, totalmente, incompatível com a agressão imperialista do tarifaço, que desarticula todo o setor produtivo, estruturalmente, montado para atender demanda externa e não interna.
É preciso, portanto, na sua avaliação, mudar o rumo da política, de modo a abrir espaço à retomada sustentável do mercado interno, com elevação da demanda global, mediante melhor distribuição da renda nacional.
O nacionalismo e uma política voltada para fortalecimento dos trabalhadores produzirão a energia suficiente a partir das forças produtivas, que o protecionismo trumpista tende a anular, na medida em que os salários serão prejudicados com o aumento da oferta interna não exportável, impossibilitando aumento do consumo.
A insuficiência de demanda, no cenário inaugurado pelo imperialismo trumpista, diz Requião, destruirá as empresas e elevará o desemprego, aprofundando, consequentemente, o arrocho salarial.
NOVO PROJETO NACIONAL
O estoque crescente de desemprego sem consumo aumenta ainda mais a insuficiência de demanda global, produzindo subemprego e redução dos lucros dos empresários que deixarão de investir, por conta da queda dos lucros.
Chegou a hora, portanto, na avaliação de Requião, do governo construir projeto nacional que sinalize rumo capaz de engajar as forças produtivas num esforço conjunto em torno do governo para enfrentar o protecionismo trumpista.
A sensação entre os pedetistas diante da filiação de Requião ao PDT, com discurso nacionalista trabalhista, é de que ele pode se transformar no novo Brizola do trabalhismo nacional.
Ao seu lado, assinou, também, a ficha de filiação seu filho Requião Filho, desde já candidato ao governo do Paraná em 2026 pelo PDT.
Foto: PDT/Divulgação
FONTE: https://www.brasil247.com/blog/requiao-nacionalista-novo-brizola-do-pdt-para-enfrentar-protecionismo-trumpista-ao-lado-de-lula