O Congresso, sob domínio do semipresidencialismo, conduzido pela ultradireita fascista e a direita perdida, reage, contrariamente, às forças democráticas.
A insegurança dos líderes do legislativo brasileiro quanto ao projeto de Anistia, defendido pelo presidente Donald Trump para tentar viabilizar, imperialmente, candidatura do ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2026, demonstra o colapso moral da elite nacional, que não possui projeto para governar o Brasil de forma soberana; ela revela, sobretudo, a falta de personalidade para conduzir, politicamente, a sociedade, sem saber se se posiciona de maneira independente ou se sucumbe de vez à influência dos Estados Unidos no destino do país; no campo político, o Congresso está incompatibilizado com a democracia, porque se alinha ao semipresidencialismo inconstitucional, que inviabiliza o presidencialismo constitucional conduzido, democraticamente, pelo presidente Lula; semipresidencialismo ou parlamentarismo, sempre, na história brasileira, identificou-se com golpe político das elites, aliadas aos militares e a Washington; no campo econômico, tal semipresidencialismo-parlamentarismo antidemocrático, ontem e hoje, avaliza o modelo neoliberal, que tiraniza a população com política econômica anti-desenvolvimentista; atualmente, é aliado inconteste do mercado financeiro especulativo, cuja insanidade se expressa na defesa de taxa de juro, que cresce incontrolavelmente descolada do crescimento do PIB; enquanto a taxa Selic se encontra nas alturas de 15% – ganhando campeonato mundial do jurismo –, o PIB se engatinha no patamar de 2,9%, totalmente, incompatível com as necessidades de um país continente em que, praticamente, tudo está por fazer, como tarefa desenvolvimentista soberana; é o modelo promotor da desigualdade social.
PATRONO DA DESIGUALDADE SOCIAL
Dominado pela direita e ultradireita, depois do golpe antidemocrático de 2016, o legislativo, prisioneiro das determinações neoliberais da Faria Lima, inviabiliza desenvolvimento econômico sustentável; no momento, a grande incógnita que marca o legislativo é saber como se comporta, politicamente, diante de Donald Trump, que promete, para a semana que vem, medidas retaliatórias contra o governo Lula, punindo-o por defender a democracia contra a proposta golpista que o STF derrotou semana passada, condenando Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão; Lula deverá falar contra essa cruzada imperialista trumpista no palco da ONU, criando fato político internacional; nesse cenário, é escandaloso o silêncio do Congresso, dominado pela direita e ultradireita fascista, diante das ameaças do secretário de Estado americano, Marco Rúbio, que promete colocar a América Latina de joelhos, para Trump montar e esporar, como um caubói imperialista; a propensão política da elite antinacionalista, essencialmente, sintonizada com o capital americano desde sempre, agora, em sua fase financeirizada, prega, a escravidão financeira, em forma de juros escorchantes.
LULA X TRUMP + CONGRESSO
A meta fundamental da elite antinacional é clara: derrotar a qualquer custo proposta desenvolvimentista lulista, que visa combater desigualdade, cobrando, por meio de reforma tributária, os mais ricos para distribuir para os mais pobres; nesse cenário, a dívida pública, sob o impacto continuado de juros imperialistas, governa o governo; ela conduz os interesses antinacionais, no processo de aprofundamento da desigualdade social; o Congresso, sob domínio do semipresidencialismo, conduzido pela ultradireita fascista e a direita perdida, reage, contrariamente, às forças democráticas, que se expressam no STF, empenhado em colocar os golpistas na cadeia; vacilantes diante da pressão de Trump em favor da anistia, tanto o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), como do Senado, Davi Alcolumbre (UB-AP), relutam em tomar a decisão que daria a dimensão soberana do Congresso: cassar o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que trama com a Casa Branca, a grande traição nacional; a vacilação dos líderes do legislativo tupiniquim, digno de republiqueta da banana, quanto a condenar energicamente a anistia a Bolsonaro como expressão clara de golpe de Estado, condena o Congresso ao precipício democrático; ela racha a direita e a ultra direita e une, a olhos vistos, o centro-direita e a esquerda, para a luta presidencial de 2026; favorece, portanto, a expectativa de terceiro mandato para o presidente Lula, preanunciado pelas pesquisas de opinião.
FOTO: Daniel Torok
FONTE: https://www.brasil247.com/blog/trump-empurra-congresso-brasileiro-ao-colapso-democratico