coletiva de imprensa, poucos dias após Trump anunciar tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileiros como retaliação ao julgamento de Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal.
Declaração Fria e Distanciada
Em suas palavras mais contundentes até agora sobre o ex-presidente brasileiro — e contrariando o discurso de aliança pessoal que marcou o bolsonarismo nos últimos anos — Trump declarou:
“Olha, ele não é como se fosse um amigo meu. Ele é alguém que eu conheço, e eu o conheço como representante de milhões de pessoas, os brasileiros. Eles são ótimas pessoas, ele ama o país, e ele lutou muito por essas pessoas, e querem colocá-lo na cadeia”.
Apesar de reforçar o respeito por Bolsonaro (“um bom homem” e “não desonesto”) e criticar o processo judicial do ex-presidente, Trump deixou claro o distanciamento pessoal:
“Não é como se eu conhecesse, esse cara. Ele não é meu amigo”.
Mudança de Tom e Repercussão Política
A fala ocorre após uma sucessão de manifestações públicas, cartas e medidas agressivas de Trump em defesa de Bolsonaro, sempre alinhada à narrativa de “caça às bruxas”. O tom, agora mais frio, causou repercussão imediata e levanta dúvidas entre apoiadores do ex-presidente brasileiro, para quem o vínculo direto com Trump era símbolo de prestígio e influência global.
Analistas políticos interpretam a declaração como parte de uma estratégia de Trump para se desvincular de litígios pessoais do aliado brasileiro e evitar desgaste político nos EUA.
Aliados de Bolsonaro ficaram surpreendidos com o “esvaziamento” da relação, logo após intensas movimentações diplomáticas em defesa do ex-presidente.
Contexto: Tarifas e Ataques ao Supremo
Trump afirmou que sua decisão de impor tarifas de 50% aos produtos brasileiros está relacionada à suposta perseguição contra Bolsonaro, reforçando que a medida entra em vigor em agosto. Apesar disso, questionado diretamente sobre sua ligação pessoal, Trump manteve distância:
“Eu acredito que é uma caça às bruxas e não deveria estar acontecendo… Ele não é um amigo meu, ele é alguém que eu conheço”.
Impactos no Bolsonarismo
A declaração contradiz a retórica recente de Jair Bolsonaro, que chegou a afirmar ser “apaixonado” por Trump[5][6]. No entanto, o ex-presidente americano optou por um discurso mais institucional e menos personalizado — uma sinalização de que, no xadrez geopolítico, interesses nacionais falam mais alto do que alianças de ocasião.
Tabela de Contradições Recentes
Bolsonaro sobre Trump
Trump sobre Bolsonaro
“Sou apaixonado por Trump”
“Não é meu amigo. Alguém que conheço”
Aliança pessoal e política
Distância institucional e diplomática
Expectativa de proteção direta
Foco em interesses e respeito ao cargo
A postura de Trump lança dúvidas sobre até que ponto o ex-presidente brasileiro pode contar com apoio internacional em sua batalha judicial e política, e sinaliza que, até mesmo para aliados de ocasião, existem limites para a solidariedade no cenário global.
FOTO: Marcelo Camargo/Agência Brasil
FONTE: Agência de Notícias ABJ – Associação Brasileira dos Jornalistas( Reprodução autorizada mediante citação da fonte: Agência de Notícias ABJ – Associação Brasileira dos Jornalistas )
