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UCRÂNIA: REVELAÇÕES DO JORNAL NEWS YORK TIMES

O ‘New York Times’ já tinha investigado no passado o papel secreto dos EUA, da CIA, especialmente na Ucrânia, durante a Guerra de Donbass, isto é, antes da invasão russa.
Eu tinha dado aqui um resumo em francês desta investigação. No final de março, o jornal americano publicou uma nova investigação. Desta vez está a cobrir o papel secreto dos EUA desde a invasão russa de 2022 (ou pelo menos parte deste papel secreto). Dou abaixo, novamente, um breve resumo em francês.

Por Jean-Claude Delhez

Logo após a invasão russa de fevereiro de 2022, Washington decide coordenar a guerra na Ucrânia a partir da sua base na Europa, como parte da OTAN. É assim que os generais ucranianos são convidados para Wiesbaden, Alemanha. Esta é a sede dos Estados Unidos para operações militares na Europa e África. Uma parceria está selada.
Para coordenar esta aliança: um general ucraniano, Zabrodskyi (foto à direita) e um general americano, Donahue (foto à esquerda). Uma sede da OTAN é organizada sob Donahue, com um general polonês como deputado, um general britânico designado para a logística e um general canadense envolvido no treinamento de unidades ucranianas. As várias agências de inteligência nos Estados Unidos estão incorporando este comando. Do lado deles, os ucranianos destacam-se em Wiesbaden quase vinte oficiais. Então a guerra será travada a partir da Alemanha por uma sede conjunta.
O modo de operação é o seguinte. Os americanos recolhem informações sobre os russos, através dos seus espiões, através dos seus satélites, através das suas comunicações… Esta informação permite-lhes atribuir alvos para acertar no campo. Eles entregam armas ucranianas adequadas para esta missão: drones navais, artilharia, lançadores de foguetes de longo alcance… E os ucranianos estão a destruir os alvos russos designados pelos americanos.
Apenas alguns exemplos. O navio-almirante da frota russa do Mar Negro, o Moskva, afundou-se no meio do mar; o comando do temido 58.o exército russo decapitado por um ataque no quartel-general; a base naval de Sebastopol visada, graças ao trabalho da CIA, por drones que danificam vários navios e forçar os russos a recuar para um porto mais distante (para este propósito, os EUA tinham fornecido à Ucrânia o protótipo de um drone destinado a se opor, no futuro, a uma invasão chinesa de Taiwan).
O “New York Times” conclui que a ação dos EUA na guerra da Ucrânia faz parte da longa série de confrontos com Moscou por parte dos países participantes, como os conflitos no Vietnã e no Afeganistão; e que esta guerra é de grande interesse para os Estados Unidos, pois lhes permite validar, ou não, táticas e armas em uso, e aprender lições úteis para conflitos futuros.
Neste jornal de Nova Iorque traz água para a fábrica de Moscou que considera o conflito não uma guerra entre Rússia e Ucrânia mas entre Rússia e OTAN, Ucrânia servindo o que hoje é chamado de procuração, ou seja, um intermediário ao serviço dos Estados Unidos.

FONTE: https://www.facebook.com/Michel.Taupin.M