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Venezuela manda prender candidato que enfrentou Maduro

Em um movimento que intensifica a tensão política na Venezuela, a Justiça do país emitiu um mandado de prisão contra Edmundo González Urrutia, principal candidato da oposição nas eleições presidenciais realizadas em 28 de julho de 2024. A decisão foi tomada após solicitação da Procuradoria-Geral, alinhada ao regime de Nicolás Maduro, e acusa Urrutia de “crimes associados ao terrorismo”.

González Urrutia, que desafiou Maduro nas urnas, já havia sido ameaçado de prisão anteriormente por não comparecer a depoimentos relacionados à publicação de atas eleitorais. A oposição venezuelana afirma ter acesso a 83,5% das atas eleitorais, segundo as quais Urrutia teria vencido o pleito com 67% dos votos. No entanto, até o momento, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), dominado pelo chavismo, não divulgou oficialmente os resultados que poderiam confirmar ou refutar a reeleição de Maduro, gerando suspeitas e aumentando a pressão internacional.

Pouco depois da ordem de prisão, Nicolás Maduro apareceu em rede nacional, pedindo uma “revolução dentro da revolução” e indicando que, quando chegar o momento, passará o poder a outro líder chavista. “Sou o primeiro presidente chavista e, quando eu entregar o comando, quando chegar a hora, eu o entregarei a um presidente chavista”, declarou, reforçando a continuidade de seu movimento político.

María Corina Machado, líder da oposição, reagiu rapidamente, acusando o governo de perder o contato com a realidade. Em suas redes sociais, ela afirmou que as ameaças contra Urrutia só aumentam a unidade e o apoio, tanto interno quanto internacional, à sua candidatura. “Serenidade, coragem e firmeza. Seguimos em frente”, disse Machado, ressaltando a determinação da oposição em continuar sua luta contra o regime chavista.

Esse episódio destaca o cenário de crescente repressão política na Venezuela, onde as disputas pelo poder se intensificam em um contexto de crise econômica e isolamento internacional. A prisão de Urrutia, se efetivada, pode ter repercussões significativas tanto dentro do país quanto no cenário global, aumentando ainda mais as críticas ao governo de Maduro e reforçando as acusações de manipulação e autoritarismo.

FOTO: RS/via Fotos Publicas

FONTE: Agência de Notícias ABJ – Associação Brasileira dos Jornalistas

( Reprodução autorizada mediante citação da fonte: Agência de Notícias ABJ – Associação Brasileira dos Jornalistas )