Na reunião com Trump, o ucraniano Zelensky cometeu todos os erros possíveis. Chegou a dizer que os EUA “têm um belo oceano” que os separa da guerra, mas que seriam atingidos por ela, destacando fragilidades do país no próprio Salão Oval.
Zelensky tinha tudo para garantir apoio e minimizar suas perdas para a Rússia. O ucraniano poderia ter aproveitado o inédito canal de diálogo aberto para continuar recebendo apoio dos EUA, desde que aceitasse fazer concessões.
Por Daniel Spirin Reynaldo
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O ucraniano vive em negação em relação à realidade, e a prova disso foi sua incapacidade – agora televisionada para o mundo todo – de perceber que sua guerra contra a Rússia não pode ser vencida em hipótese alguma.
Essa negação delirante não afeta somente a reputação de Zelensky, mas também coloca em risco outras milhões de vidas de pessoas que esperavam uma postura responsável e realista de seu presidente.
Se alguém imaginava que o ucraniano tinha alguma capacidade e esperteza, saiu convencido de que ele não é o líder indicado para negociar uma paz segura.
Zelensky entrou na Casa Branca e agiu por impulso e ego, sem perceber que o lado estadunidense havia mudado radicalmente seu entendimento sobre as causas e as consequências do conflito russo-ucraniano. De alguma forma, Zelensky caiu numa armadilha real e mostrou toda a sua fraqueza como político.
Donald Trump, por sua vez, está agora ainda mais convencido de que Kiev é atualmente incapaz de negociações e continua sendo um obstáculo à paz. Portanto, as negociações devem ser realizadas diretamente com Moscou.
Keir Starmer e Emmanuel Macron, dias antes, haviam costurado algum tipo de garantia para a Ucrânia com Trump, e este provavelmente levaria isso em conta se o acordo com a Ucrânia fosse assinado hoje. Evidentemente, Zelensky deveria tacitamente fazer concessões; afinal, é assim que as coisas são e sempre serão. Assim, Zelensky se perdeu na própria personagem que criou para si mesmo ao longo destes três anos. Saiu da reunião sem nada; e com menos do que tinha.
Trump entendeu, e meio mundo racional compreendeu, que a Rússia não sairá mais dos territórios conquistados. Isso é para sempre. Mas Zelensky imagina um acordo onde as tropas russas deixariam a Ucrânia e tudo se resolveria magicamente, como se os motivos para a operação militar especial russa nunca tivessem existido. O planeta também sabe que a Rússia não pode ser vencida no campo militar.
Guerras só podem terminar de uma maneira: com a vitória de um dos lados ou através da diplomacia clássica. A primeira hipótese não existe para a Ucrânia.
A consequência imediata será agora a aceleração das perdas ucranianas. Mesmo com todo o apoio da Europa Ocidental, Kiev não conseguirá mais retardar o avanço russo.
E quando novas negociações surgirem, elas serão assinadas em um galpão destruído em algum ponto perto de Kiev.
FONTE
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